Mundo

Putin garante que mísseis não são ameaça para Israel

A Rússia estabeleceu um acordo de fornecimento de mísseis ao Irã, que deixou o primeiro-ministro israelense bastante preocupado com a possibilidade de ataques


	Mísseis: Israel sempre se mostrou contrário à provisão de armamento russo a Teerã, como em 2005, quando o Irã comprou os também sistemas antiaéreos Tor M-1
 (Getty Images)

Mísseis: Israel sempre se mostrou contrário à provisão de armamento russo a Teerã, como em 2005, quando o Irã comprou os também sistemas antiaéreos Tor M-1 (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2015 às 15h37.

Moscou- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assegurou nesta terça-feira ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que os sistemas de mísseis S-300 que Moscou fornecerá ao Irã não representam uma ameaça para Israel.

Em uma conversa por telefone, Putin "destacou o fato de que por suas características tático-técnicas, os S-300 são estritamente defensivos e não representam uma ameaça para a segurança de Israel e de outros países do Oriente Médio", informou o Kremlin.

Perante a "inquietação" expressada pelo líder israelense, Putin lhe explicou "a lógica" que lhe guiou na hora de suspender ontem a proibição de fornecer essas baterias antiaéreas a Teerã, de acordo com a nota oficial.

Por sua parte, segundo a imprensa israelense, Netanyahu reforçou que o envio dos S-300 apenas aumentará a agressividade do Irã e porá em perigo a segurança de toda a região do Oriente Médio.

Segundo os analistas, os S-300 permitirão ao Irã fazer frente a uma possível invasão ou ataque aéreo em massa israelense ou americano com caças da classe Stealth, helicópteros, bombardeiros e mísseis balísticos e de cruzeiro.

Israel sempre se mostrou contrário à provisão de armamento russo a Teerã, como em 2005, quando o Irã comprou os também sistemas antiaéreos Tor M-1, um contrato que os israelenses descreveram como uma "punhalada nas costas".

Segundo fontes diplomáticas iranianas citadas pela imprensa russa, o ministro da Defesa iraniano, Hussein Dehgan, viajará amanhã a Moscou para estabelecer as condições da provisão desses sistemas antiaéreos.

"A expectativa é que Moscou e Teerã deem passos rápidos para a provisão a nosso país destas baterias, que são consideradas uma parte importante de nosso sistema defensivo", informou uma fonte iraniana à agência oficial russa "RIA Novosti".

Segundo os analistas, o decreto de Putin está motivado em particular pela necessidade de evitar o pagamento de US$ 4 bilhões por descumprimento de contrato depois que o Irã denunciou à Rússia no Tribunal de Arbitragem de Genebra por suspender a operação em 2010 após as sanções impostas a Teerã pela ONU.

Além disso, a Rússia quer adiantar-se ao Ocidente na hora de impulsionar a cooperação comercial com o Irã antes que Teerã feche em junho o acordo sobre seu programa nuclear com as grandes potências. 

Acompanhe tudo sobre:ArmasÁsiaEuropaIrã - PaísIsraelRússia

Mais de Mundo

Eleições na Irlanda: três partidos têm chance de vitória na disputa desta sexta

Presidente do México diz que “não haverá guerra tarifária” com EUA por causa de Trump

Austrália proíbe acesso de menores de 16 anos às redes sociais

Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia