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Trump e Putin iniciam negociações diretas para acabar com Guerra da Ucrânia

Presidentes citaram, inclusive, a possibilidade de visitas presidenciais mútuas

Discussão sobre Ucrânia e intercâmbio de presos entre Rússia e EUA (Brendan Smialowski/AFP)

Discussão sobre Ucrânia e intercâmbio de presos entre Rússia e EUA (Brendan Smialowski/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 14h37.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 16h14.

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Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e Vladimir Putin, da Rússia, conversaram por telefone nesta quarta-feira, 12, e se comprometeram a trabalhar juntos pelo fim da Guerra da Ucrânia.

"Como ambos concordaram, nós queremos parar as milhões de mortes que estão ocorrendo na guerra com a Rússia e Ucrânia. Concordamos em trabalhar juntos, de forma muito próxima", disse Trump, na rede social Truth Social.

O americano disse ainda que as negociações incluirão visitas de um presidente ao país do outro. Esta foi a primeira conversa divulgada entre os dois desde que Trump tomou posse, em 20 de janeiro.  A ligação durou em torno de 90 minutos e abordou ainda outros temas, como inteligência artificial, Oriente Médio e o uso do dólar.

"O presidente Putin mencionou a necessidade de abordar as causas fundamentais do conflito e concordou com Trump que é possível encontrar uma solução de longo prazo através de conversas de paz — disse a jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Em seguida, Trump publicou que teve uma conversa com o presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia. "Ele, como o presidente Putin, quer paz", afirmou. O líder americano disse ainda que haverá conversas sobre o conflito em Munique, na sexta, onde o vice-presidente, J.D. Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio, estarão presentes.

Também nesta quarta, em Bruxelas, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse considerar "pouco realista" pensar que a Ucrânia voltará às suas fronteiras anteriores a 2014, quando o país ainda possuía a Crimeia, tomada pela Rússia. Ele também disse considerar improvável que a Ucrânia integre a Otan.

Quase três anos de guerra

A Guerra da Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando forças russas invadiram o território ucraniano. Ao declarar guerra, Putin acusou a Ucrânia de ser uma ameaça para a Rússia e chegou a dizer que o país vizinho não deveria existir, mas sim fazer parte da Rússia.

A Ucrânia conseguiu se defender, com amplo apoio financeiro e militar dos Estados Unidos e da Europa. Com isso, o país conseguiu conter o avanço russo e recuperar alguns territórios, mas não teve força para expulsar os russos por completo de seu território. Assim, a guerra entrou em um impasse, com poucos avanços. Não há dados oficiais sobre o total de vítimas, mas entidades estimam mais de 700 mil mortes desde o início do confronto.

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