VLADIMIR PUTIN: embora o crescimento econômico previsto para 2017 seja de apenas 1%, o medo da desestabilização econômica quase desapareceu / Alexander Zemlianichenko / Reuters (Zemlianichenko/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2016 às 07h10.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h21.
A bélica relação entre Turquia e Rússia pode estar começando a amansar. Nesta terça-feira, o presidente turco Tayyip Erdogan viaja a São Petesburgo para encontrar o presidente russo Vladimir Putin, numa tentativa oficial de acalmar os ânimos. A reconciliação começou em junho, com um pedido de desculpas de Erdogan por suas Forças Armadas terem derrubado uma aeronave russa na fronteira com a Síria. Putin, em julho, também havia baixado a guarda, oferecendo apoio após a tentativa de golpe militar na Turquia.
Agora, os países devem começar a retomar as relações comerciais, que estavam embargadas desde a derrubada do caça, em novembro. Também deve haver uma cooperação diplomática, com foco na resolução dos conflitos no Oriente Médio, especialmente na Síria. Putin é um grande aliado do regime de Bashar al-Assad. Até pouco tempo atrás, a Turquia estava ao lado dos rebeldes sírios, porém, após o golpe, a prioridade é impedir que os curdos – que têm um partido de oposição ao governo – se fortaleçam no sudeste do país.
A aproximação acontece num momento de relações fragilizadas com o ocidente. A Turquia, que tenta uma vaga na União Europeia desde 2005, tem criticado a falta de apoio a seu regime e atacado os Estados Unidos. O clima azedo com os membros da OTAN, a aliança militar do ocidente, favoreceu a aproximação com a Rússia, que tem vivido seu pior momento com o bloco desde a Guerra Fria.
Os atritos, porém, não fizeram Putin virar as costas para o ocidente. O russo mantém diálogos frequentes com a chanceler alemã Angela Merkel e com o presidente francês François Hollande, além de ter resgatado as relações comerciais com Itália e Espanha. Nesta terça, é dia de conquistar um novo aliado. Em meio ao medo do terrorismo e paralisada por suas divisões internas, a Europa assiste o aumento do poder dos homens de ferro do leste.