O presidente russo, Vladimir Putin: "devemos ajudar um país amigo, um povo irmão, e digo isso sem ironia", afirmou o mandatário, referindo-se à Ucrânia (Mikhail Metzel/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 09h44.
Moscou - Em uma coletiva de imprensa anual realizada nesta quinta-feira (19), o presidente russo, Vladimir Putin, disse que tem "inveja" de Barack Obama e que ajuda a Ucrânia "como um país irmão". "Devemos ajudar um país amigo, um povo irmão, e digo isso sem ironia", afirmou o mandatário, referindo-se à oferta da Rússia de conceder um desconto no preço do gás natural e um investimento de US$ 15 bilhões com a compra de títulos da dívida pública ucraniana.
Segundo ele, seu governo não é contrário a um acordo de associação entre Ucrânia e União Europeia (UE), mas Moscou continuará "defendendo o próprio mercado".
Há semanas, a Ucrânia enfrenta polêmicas e protestos sobre sua associação à UE. O presidente do país, Viktor Yanukovych, não assinou o tratado com o bloco europeu e milhares de ucranianos pró-UE saíram às ruas para manifestar.
Em contrapartida, a Rússia ofereceu benefícios à Ucrânia para o país se manter próximo.
Na mesma coletiva de imprensa, Putin foi questionado sobre outro tema que está em voga no cenário mundial: as denúncias de espionagem feitas pelo ex-agente de inteligência norte-americano Edward Snowden, que vive atualmente na Rússia. "Eu nunca o encontrei pessoalmente, mas gostaria", disse Putin sobre o pivô do escândalo envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA). Por não conhecê-lo, Putin definiu Snowden como uma pessoa "curiosa e interessante". Já sobre as espionagens praticadas pelos EUA, Putin contou sentir "inveja" do presidente Barack Obama.
"Ele pode [espiar] todos e ninguém fará nada", comentou o mandatário, com um sorriso. A Rússia concedeu asilo temporário a Snowden, após o ex-agente viver semanas em um aeroporto de Moscou. O norte-americano teme ser extraditado aos EUA. Recentemente, o jornal Folha de S.Paulo publicou uma carta de Snowden na qual o ex-agente pede asilo às autoridades brasileiras, em troca de uma colaboração nas investigações sobre as práticas de espionagem.