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Putin diz que Rússia está aberta ao mundo

A Rússia tenta há um ano reforçar seus vínculos diplomáticos e comerciais com países emergentes como Brasil, China e Índia


	Em função deste conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou
 (Mikhail Metzel/AFP)

Em função deste conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou (Mikhail Metzel/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2015 às 16h55.

São Petersburgo - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira que a Rússia está aberta ao mundo e continuará cooperando com os países ocidentais, apesar das tensões motivadas pela crise na Ucrânia.

"Nossa cooperação ativa com os novos centros de crescimento mundial não significa em caso algum que vamos prestar menos atenção ao diálogo com nossos sócios tradicionais no Ocidente".

"Estou convicto de que esta cooperação continuará", declarou Putin durante o Fórum Econômico de São Petersburgo.

A Rússia tenta há um ano reforçar seus vínculos diplomáticos e comerciais com países emergentes como Brasil, China e Índia, principalmente desde a explosão da crise na Ucrânia, onde as forças governamentais lutam contra insurgentes pró-russos no leste do país.

Em função deste conflito, os países ocidentais impuseram uma série de sanções a Moscou.

O presidente destacou os êxitos econômicos de seu governo e disse que a profunda crise que alguns prognosticavam por causa das sanções ocidentais e da queda dos preços do petróleo não ocorreram.

"Estabilizamos a situação", disse Putin.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi um dos poucos convidados de honra do Fórum. Em seu encontro, Putin e ele abordaram a situação na Grécia, que enfrenta uma queda de braço com os credores e encara um default.

"O que chamam de problema grego não é um problema grego, é um problema europeu", afirmou Tsipras.

Apesar de serem poucas as chances de Putin oferecer ajuda financeira a Tsipras, que criticou as sanções contra a Rússia, os dois assinaram um acordo para a construção de um gasoduto russo na Grécia.

O ministro grego da Energia, Panagiotis Lafazanis, e seu colega russo, Alexander Novak, foram os signatários do acordo.

Os dois países criarão uma empresa conjunta, dividida em partes iguais, para construir o gasoduto entre 2016 e 2019, segundo Novak, citado pela imprensa russa durante uma cerimônia no Fórum Econômico de São Petersburgo.

O projeto representa um revés para as potências ocidentais. Primeiro para a União Europeia, que vê a aproximação do governo de Atenas de Moscou, enquanto cresce a preocupação sobre a possível saída da Eurozona. E para o governo dos Estados Unidos, que enfrenta a Rússia pela crise ucraniana, e observa com receio a intenção de Moscou de reforçar a capacidade de fornecer gás ao mercado europeu.

O gasoduto, denominado South European, deve custar dois bilhões de euros e terá capacidade de entrega de 47 bilhões de metros cúbicos de gás aos clientes europeus, segundo Novak.

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