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Putin diz que países da Otan obedecem cegamente aos EUA

A crítica do presidente russo foi feita pelo fato de os países de Otan terem apoiado os EUA em sua posição sobre a Síria

Vladimir Putin: "Onde estão as provas do uso de armas químicas pelas tropas sírias? Não existem", disse Putin (Kirill Kudryavtsev/Pool/Reuters)

Vladimir Putin: "Onde estão as provas do uso de armas químicas pelas tropas sírias? Não existem", disse Putin (Kirill Kudryavtsev/Pool/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de abril de 2017 às 11h22.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 11h24.

Moscou - O presidente de Rússia, Vladimir Putin, acusou os países da Otan de obedecerem cegamente aos Estados Unidos, "sem analisarem o que acontece", ao apoiarem o recente ataque contra uma base aérea na Síria, em uma entrevista a uma rede de televisão russa, cujos trechos foram exibidos nesta quarta-feira.

"Como reagiram os aliados da Otan (ao ataque dos EUA)? Todos aceitam, como bonecos com cabeça de mola, sem analisarem o que acontece. Onde estão as provas do uso de armas químicas pelas tropas sírias? Não existem", disse Putin à emissora russa "Mir".

"O que há é uma violação do direito internacional. É um fato. Um ataque contra um país soberano sem autorização do Conselho de Segurança da ONU. E, apesar de tudo, todos estão de acordo, todos aceitam e começam a assentir e a apoiar" a ação militar contra a Síria, acrescentou o presidente russo.

Os trechos da entrevista foram divulgados horas antes de o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, se reunir em Moscou com seu equivalente russo, Serguei Lavrov, com o conflito sírio no centro das atenções.

Tillerson também poderia se reunir com o próprio Putin, já que, apesar de o encontro não estar na agenda, o Kremlin não descartou esta possibilidade.

O secretário de Estado, o primeiro integrante do alto escalão do governo americano a visitar a Rússia desde a chegada de Donald Trump ao poder, pediu que Putin escolha entre o regime sírio de Bashar al Assad e uma aliança com Ocidente, em uma declaração publicada ontem pelo site do Departamento dos EUA.

"É essa uma aliança de longo prazo que serve aos interesses da Rússia ou (Putin) preferiria se unir aos Estados Unidos, junto com outros países ocidentais e do Oriente Médio, para resolver a crise na Síria?", disse Tillerson antes de embarcar rumo a Moscou.

O presidente americano Donald Trump disse ontem em uma entrevista à emissora "Fox" que Putin está apoiando "uma pessoa verdadeiramente má", em referência ao líder sírio Bashar al Assad.

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