Putin fez parte dos quadros da antiga KGB quando atuava na Alemanha Oriental (NATALIA KOLESNIKOVA/AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 20 de março de 2024 às 06h57.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na terça-feira ao Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessor da KGB, que ajudasse as empresas russas a superar as sanções ocidentais e expandir sua influência para novos mercados em todo o mundo. Putin fez parte dos quadros da KGB nos tempos da antiga União Soviética. Ele atuou na então Alemanha Oriental. As informações são do Yahoo News.
Após o início da guerra contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Ocidente aplicou fortes sanções contra a economia russa para tentar mudar o rumo do conflito. Com o tempo, porém, essas práticas mostraram-se contraproducentes, pois Moscou conseguiu escapar da punições fazendo alianças comerciais importantes com China, Índia e nações árabes. O PIB russo cresceu 3,6% no ano passado.
Em um discurso na reunião anual do serviço de espionagem no centro de Moscou, após sua vitória esmagadora na eleição de domingo, Putin disse que seus espiões deveriam trabalhar com outras agências para aumentar a segurança dos sistemas bancário e financeiro. "Vocês precisam dar apoio às nossas empresas que estão se desenvolvendo ativamente, apesar dos obstáculos criados para elas, e que estão explorando novos mercados, mas enfrentam ações abertamente hostis do Ocidente", falou o presidente russo.
No mesmo encontro, Putin disse aos oficiais do FSB que o Ocidente é um inimigo perigoso que estava usando uma série de armas para semear a discórdia na Rússia, incluindo propaganda, tecnologia e finanças.
Ele disse que o Ocidente estava tentando alimentar a "smuta" na Rússia, uma palavra russa temida que significa agitação, tumulto ou problema e está associada ao chamado "tempo de problemas" que precedeu a ascensão da dinastia Romanov em 1613.
Putin disse que o FSB deveria, portanto, usar as conquistas russas em tecnologia quântica e inteligência artificial para combater o Ocidente, fortalecer "seriamente" suas atividades antiterrorismo e disse que a contrainteligência deveria ser mais vigilante.
E o russo também deu um recado para aqueles que considera traidores do país: "Nós os puniremos sem limitações, onde quer que estejam".