Mundo

Putin diz que novas "provocações" estão sendo preparadas na Síria

Segundo o presidente russo, as provações estão sendo preparadas em regiões sírias para culpar o regime de Assad

Vladimir Putin: ele insistiu que todos os incidentes com uso de armas químicas devem ser investigados (Sergei Chirikov/Pool/Reuters)

Vladimir Putin: ele insistiu que todos os incidentes com uso de armas químicas devem ser investigados (Sergei Chirikov/Pool/Reuters)

E

EFE

Publicado em 11 de abril de 2017 às 11h16.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira que Moscou tem informações de que estão sendo preparadas novas "provocações" relacionadas aos ataques químicos na Síria para culpar o regime de Bashar Al-Assad.

"Temos informações de diferentes fontes de que similares provocações, e não as posso chamar de outra forma, são preparadas em outras regiões da Síria, incluído os arredores ao sul de Damasco", disse após se reunir com o presidente italiano, Sergio Mattarella.

Pouco antes da chegada em Moscou do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, Putin respondeu assim a uma pergunta sobre se acredita que os Estados Unidos irão lançar um novo ataque contra a Síria.

"Eles querem fazer uso de algum tipo de substância e culpar as autoridades sírias", acrescentou o presidente russo, citando seus serviços de inteligência.

A respeito, o Estado Maior russo informou que os terroristas estão transportando substâncias tóxicas à zona de Ghouta Oriental, ao oeste de Alepo e Khan Sheikhun, onde em 4 de abril aconteceu o suposto ataque químico que deixou cerca de cem mortos.

Ao mesmo tempo, Putin insistiu que todos os incidentes com uso de armas químicas devem ser investigados e somente depois ser adotada uma decisão.

"Temos intenção de nos dirigirmos oficialmente às correspondentes estruturas da ONU em Haia e pedir que a comunidade internacional investigue minuciosamente esses casos", disse.

O chefe do Kremlin destacou que a situação criada após o suposto ataque químico na Síria lembra a invasão do Iraque em 2003, "quando os representantes dos EUA no Conselho de Segurança mostraram as supostas armas nucleares achadas no Iraque".

"Depois disso começou a campanha no Iraque, a militar, o que terminou com a destruição do país, um aumento da ameaça terrorista e o surgimento do Estado Islâmico na cena internacional", apontou.

Putin, que qualificou na sexta-feira de "agressão" o ataque perpetrado pelos EUA contra um aeroporto sírio na província de Homs, não deve se reunir hoje com Tillerson, segundo o Kremlin.

Tillerson, que se propõe pressionar o Kremlin para que retire seu apoio a Damasco, acusou a Rússia de ser responsável "moral" pela morte de perto de cem pessoas.

Na opinião de Washington, a Rússia descumpriu sua parte no acordo de eliminação de armas químicas na Síria, que evitou em 2013 a invasão americana e que foi fixado por Putin e Assad.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadRússiaSíriaVladimir Putin

Mais de Mundo

O que é o Projeto Manhattan, citado por Trump ao anunciar Musk

Donald Trump anuncia Elon Musk para chefiar novo Departamento de Eficiência

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA