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Putin diz que Assad cometeu muitos erros no conflito sírio

Vladimir Putin respondeu desta forma a uma pergunta sobre um eventual exílio na Rússia se Assad perder as eleições em seu país


	Putin: "Em primeiro lugar é preciso dar ao povo sírio a chance de se pronunciar"
 (Alexey Nikolsky / Reuters)

Putin: "Em primeiro lugar é preciso dar ao povo sírio a chance de se pronunciar" (Alexey Nikolsky / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 08h47.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, cometeu "muitos erros durante o conflito" sírio e é cedo para falar de um eventual asilo na Rússia, afirmou o presidente russo, Vladimir Putin, em declarações ao jornal alemão Bild publicadas nesta terça-feira.

Vladimir Putin respondeu desta forma a uma pergunta sobre um eventual exílio na Rússia se Assad perder as eleições em seu país.

"Em primeiro lugar é preciso dar ao povo sírio a chance de se pronunciar. E garanto que se tudo transcorrer democraticamente, talvez Assad não tenha que abandonar o país. E não tenha importância se é presidente ou não", afirmou Putin em uma longa entrevista concedida em Moscou ao jornal de mais tiragem da Alemanha.

O mapa do caminho internacional para solucionar o conflito da Síria adotado pelo Conselho de Segurança da ONU prevê negociações entre as partes sírias em janeiro, um governo de transição seis meses depois e eleições em um prazo de 18 meses.

Putin reiterou seu apoio ao governo sírio, mas reconheceu que Assad havia cometido "muitos erros durante o conflito" que, de 2011 até agora, deixou mais de 260.000 mortos e milhões de deslocados.

"Vocês e eu sabemos que o conflito não teria alcançado tal amplitude se desde o início não tivesse sido alimentado a partir do exterior por enormes quantidades de dinheiro, armas e combatentes", acusou o presidente russo.

"Assad não busca a destruição de seu próprio povo. Luta contra os que se ergueram em armas contra ele", acrescentou Putin.

O chefe de Estado russo reiterou que a aviação russa apoia as tropas governamentais, mas também grupos armados opositores que lutam contra o Estado Islâmico (EI).

"Falamos de centenas de milhares de pessoas armadas que combatem o EI. Apoiamos o exército de Assad e a oposição. Alguns já o reconheceram publicamente, outros preferem se calar, mas o trabalho continua", acrescentou Putin, sem informar de que grupos se trata.

Os rebeldes sírios, em particular os do Exército Livre Sírio (ELS), desmentiram em diversas ocasiões qualquer cooperação com os militares russos e, pelo contrário, acusam a aviação russa de bombardear suas posições.

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