Mundo

Putin diz a Macron que alcançará objetivos 'pela negociação ou guerra'

Macron expressou preocupação com os ataques a instalações nucleares ucranianas depois que, em 4 de março, as forças russas cercaram a maior usina nuclear da Europa

Presidente russo, Vladimir Putin (à esq.), e seu homólogo francês, Emmanuel Macron. (AFP/AFP)

Presidente russo, Vladimir Putin (à esq.), e seu homólogo francês, Emmanuel Macron. (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 6 de março de 2022 às 14h56.

Última atualização em 6 de março de 2022 às 15h25.

Vladimir Putin disse neste domingo a Emmanuel Macron que alcançará "seus objetivos" na Ucrânia "pela negociação ou pela guerra", durante uma conversa telefônica entre o presidente russo e seu colega francês, informou o governo de Paris.

O líder russo afirmou ainda que "não é sua intenção" atacar centrais nucleares ucranianas, segundo uma fonte da presidência francesa.

Durante a conversa de uma hora e 45 minutos, Macron viu Putin "muito decidido a conseguir seus objetivos", entre eles "o que o presidente russo chama de 'desnazificação' e neutralização da Ucrânia".

A conversa por telefone entre os dois, a pedido de Macron, foi a quarta desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro.

No diálogo anterior, a presidência francesa afirmou que Macron considerou que "o pior está por vir" e que Putin buscava assumir o controle "de todo o país".

Putin também pediu o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia (que Moscou anexou em 2014) e da independência dos territórios de língua russa do Donbass (leste da Ucrânia).

As exigências "são inaceitáveis para os ucranianos", explicou a presidência francesa.

Macron pediu a Putin que seu exército não coloque civis em perigo, de acordo com o direito internacional, algo que, segundo o governante russo, não está acontecendo.

O presidente francês respondeu que é "o exército russo que está atacando" e que "não tem motivos para acreditar que o exército ucraniano está colocando civis em perigo".

Putin acusou Kiev pelo fracasso da operação de retirada de civis da cidade portuária de Mariupol (sul), cercada pelas tropas russas, segundo o Kremlin.

Durante a conversa, Putin "chamou a atenção para o fato de que a Ucrânia continua a não respeitar os acordos a respeito do grave problema humanitário", afirma o comunicado do Kremlin, após duas tentativas frustradas de retirada em Mariupol, com as duas partes acusando o outro lado de violar o cessar-fogo.

Macron expressou preocupação com os ataques a instalações nucleares ucranianas depois que, em 4 de março, as forças russas cercaram a maior usina nuclear da Europa, em Zaporizhzhia.

"O presidente Putin disse que não era sua intenção atacar as centrais. Ele também disse que está disposto a respeitar as regras da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) sobre a proteção das usinas", afirmou a presidência francesa.

Leia mais

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronGuerrasRússiaUcrâniaVladimir Putin

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar