O presidente russo, Vladimir Putin, durante discurso na TV nesta quinta, 21 (Sputnik/AFP)
Redação Exame
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 15h31.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 15h32.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira, 21, que seu país lançou um ataque contra a Ucrânia usando um míssil balístico hipersônico sem carga nuclear.
O gesto é mais uma etapa da escalada do conflito entre os dois países, que gera temores de uma piora das tensões que possa culminar com o uso de armas nucleares e um confronto direto entre a Rússia e os Estados Unidos e países europeus, que apoiam a Ucrânia com o envio de armas.
A arma usada desta vez trata-se de um míssil Oreshnik de médio alcance, lançado contra uma instalação do complexo militar-industrial ucraniano, disse Putin em uma mensagem à nação transmitida pela televisão pública.
“Em resposta ao uso de armas de longo alcance americanas e britânicas, em 21 de novembro deste ano, as Forças Armadas russas lançaram um ataque combinado contra uma das instalações do complexo industrial militar ucraniano”, declarou o líder russo.
Putin acrescentou que desta forma foi testado em condições de combate “um dos mais novos sistemas russos de mísseis de médio alcance”, chamado Oreshnik.
Esse tipo de míssil pode ser usado para ataques com armas nucleares, algo que não é feito no mundo desde 1945, quando os Estados Unidos usaram duas bombas do tipo contra cidades japonesas, no fim da Segunda Guerra.
Mais cedo nesta quinta, a Força Aérea ucraniana havia relatado inicialmente um ataque contra a região de Dnipro com um míssil balístico intercontinental russo.
Na mensagem, que durou oito minutos, Putin confirmou os recentes ataques ao território russo com mísseis americanos ATACMS de longo alcance e mísseis britânicos Storm Shadow, dirigidos contra a infraestrutura militar das regiões fronteiriças de Bryansk e Kursk.
Segundo o líder russo, as defesas antiaéreas do país repeliram estes ataques e não permitiram que o inimigo atingisse os seus alvos.
Ao mesmo tempo, insistiu que o uso de armas de longo alcance por Kiev após receber a respectiva autorização ocidental não será capaz de influenciar o destino da guerra.
Por fim, garantiu ainda que as forças russas estão avançando “ao longo de toda a linha de contato” na Ucrânia e que todos os objetivos estabelecidos por Moscou “serão alcançados”.
Putin, que aprovou esta semana a nova doutrina nuclear russa, que permite respostas com armas atômicas em caso de ataques com armas convencionais, alertou anteriormente que a utilização de armas ocidentais de longo alcance contra o território russo significaria que a Otan está em combate com a Rússia.
Com EFE.