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Putin chama de vergonha assassinato de opositor

Boris Nemtsov, veterano opositor político do presidente russo e símbolo da luta contra a corrupção, foi assassinado a tiros na sexta-feira

Putin: "devemos ter o máximo cuidado com os crimes que têm uma grande repercussão, incluindo aqueles com um significado político" (Sergei Karpukhin/AFP)

Putin: "devemos ter o máximo cuidado com os crimes que têm uma grande repercussão, incluindo aqueles com um significado político" (Sergei Karpukhin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2015 às 11h41.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, chamou de "vergonha" o assassinato do político de oposição Boris Nemtsov, antes de alertar para o aumento dos "crimes extremistas" na Rússia.

"Devemos ter o máximo cuidado com os crimes que têm uma grande repercussão, incluindo aqueles com um significado político", declarou para funcionários do ministério do Interior, em um discurso exibido na televisão.

"Devemos libertar a Rússia da vergonha e de tragédias como a que acabamos de ver... o assassinato de Boris Nemtsov, no centro da capital", advertiu Putin, com semblante sombrio.

Nemtsov, veterano opositor político do presidente russo e símbolo da luta contra a corrupção, foi assassinado a tiros na sexta-feira à noite perto do Kremlin, um crime que provocou uma comoção entre a oposição russa e muitas reações ao redor do mundo.

Putin já havia chamado o assassinato de "provocação" e prometeu fazer o necessário para que os "organizadores e executores deste crime covarde e cínico recebam o castigo que merecem".

Os investigadores não descartam nenhuma hipótese: de crime político à pista islamita, pelo apoio de Nemtsov à revista satírica francesa Charlie Hebdo, ou até mesmo um assassinato ligado ao conflito ucraniano executado por "elementos radicais".

Durante o mesmo discurso, Putin também alertou contra um aumento dos "crimes extremistas", sem vincular o temor ao assassinato de Boris Nemtsov.

"Os extremistas envenenam a sociedade com sua militância nacionalista, sua intolerância e suas agressões", afirmou, antes de destacar que a guerra na Ucrânia é uma consequência do extremismo.

"É importante reagir instantaneamente ao menor sinal de atividade extremista", completou.

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