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Putin aprova uso da força para defesa de interesse nacional

Ao mesmo tempo, o texto insiste que a Rússia defenderá seus interesses de maneira pragmática


	Vladimir Putin: "O uso da força militar para a defesa dos interesses nacionais só é possível quando todas as medidas de caráter não belicoso resultam ineficazes", diz o documento
 (Mike Segar/Reuters)

Vladimir Putin: "O uso da força militar para a defesa dos interesses nacionais só é possível quando todas as medidas de caráter não belicoso resultam ineficazes", diz o documento (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2015 às 14h00.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, aprovou nesta quinta-feira uma nova estratégia de segurança nacional até 2020 que permite, caso a diplomacia não surte efeito, o uso da força para a defesa dos interesses nacionais, embora estenda a mão aos EUA para garantir a estabilidade internacional.

"O uso da força militar para a defesa dos interesses nacionais só é possível quando todas as medidas de caráter não belicoso resultam ineficazes", diz o documento divulgado no site do Kremlin.

Ao mesmo tempo, o texto insiste que a Rússia defenderá seus interesses de maneira pragmática, sobre a base do direito internacional e a igualdade entre os Estados, e nunca se verá envolvida em uma corrida armamentista.

Precisamente, Putin insistiu hoje em sua mensagem que os militares russos que estão desdobrados na Síria desde setembro se ocupam da defesa dos interesses nacionais da Rússia ao atacar as posições do grupo terrorista Estado Islâmico.

A Rússia quer garantir esses interesses através da defesa do papel central da ONU nas relações internacionais e da cooperação com outros países, seja o G20, o grupo Brics, a região da Ásia-Pacífico, China, a Índia, América Latina, Ásia Central ou o espaço pós-soviético.

O texto acusa os Estados Unidos e seus aliados de tentarem pressionar a Rússia e castigar sua independência com instrumentos políticos, econômicos e noticiários (sanções e propaganda) "para conservar sua hegemonia nos assuntos mundiais".

Contudo, assegura que a Rússia tem agora um papel muito mais importante na manutenção da estabilidade e da segurança global, da regulação de conflitos e da defesa do direito internacional.

O texto acrescenta que o Estado russo pôde defender sua integridade territorial e proteger os interesses de seus compatriotas em outros países, enquanto sua economia manteve seu potencial apesar das sanções ocidentais e da instabilidade mundial.

A Rússia se mostra disposta a cooperar em um plano de igualdade com os Estados Unidos, já que suas relações bilaterais têm uma grande influência no resto do mundo, especialmente em matéria de redução de arsenais nucleares, regulação de conflitos e luta antiterrorista.

A estratégia também concede grande importância à harmonização dos processos de integração no seio da União Europeia e da comunidade pós-soviética, e à assinatura de um acordo vinculativo para a criação de um sistema aberto de segurança coletiva na região EuroAtlântica.

Além disso, advoga pela cooperação internacional no Ártico, região que acolhe ingentes recursos energéticos e cujo desenvolvimento é uma das prioridades do Kremlin para as próximas décadas.

A estratégia promulgada por Putin insiste nos princípios de contenção estratégica e de modernização das Forças Armadas para melhorar sua capacidade de mobilização perante as ameaças de novo cunho como o terrorismo.

A principal ameaça para a segurança nacional continua sendo a Otan, e a Rússia insiste em apontar como "inaceitável" a expansão da Aliança Atlântica para suas fronteiras e o desdobramento de um escudo antimísseis.

Além disso, o texto acusa o Ocidente de preparar as condições para a aparição de organizações terroristas como o Estado Islâmico com sua política de derrubar governos legítimos, o que causa instabilidade e é origem de conflitos, especialmente no Oriente Médio e o norte da África.

Segundo a Rússia, o apoio do "golpe de Estado" em Kiev por parte dos EUA e da UE motivou uma aguda divisão na sociedade ucraniana e a explosão do conflito no leste do país, que sofre uma grave crise que o transformará durante longo tempo em "foco de instabilidade na Europa". EFE

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