Após ser eleito para um novo mandato de seis anos, Putin quer o fim da guerra na Ucrânia (Contributor/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 24 de maio de 2024 às 07h13.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está pronto para parar a guerra na Ucrânia com um cessar-fogo negociado que reconheça as atuais linhas de batalha, afirma a agência de notícias Reuters, ressaltando que ele está disposto a continuar lutando se Kiev e o Ocidente não responderem.
Ainda de acordo com a agência, pessoas familiarizadas com as discussões no círculo de Putin, afirmaram que o líder russo expressou frustração com o que considera tentativas ocidentais de impedir negociações e com a decisão do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de descartar diálogos.
"Putin pode lutar pelo tempo que for necessário, mas também está pronto para um cessar-fogo – para congelar a guerra", disse uma das pessoas ouvidas pela Reuters. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, falou à agência, disse que o chefe do Kremlin já havia deixado claro várias vezes que a Rússia estava aberta ao diálogo para alcançar seus objetivos, afirmando que o país não quer uma "guerra eterna".
A nomeação na semana passada do economista Andrei Belousov como ministro da Defesa da Rússia foi vista por alguns analistas militares e políticos ocidentais como um passo para colocar a economia russa em uma base permanente de guerra para vencer um conflito prolongado.
Isso seguiu uma pressão constante no campo de batalha e avanços territoriais pela Rússia nas últimas semanas. No entanto, Putin, reeleito em março para um novo mandato de seis anos, preferiria usar o ímpeto atual da Rússia para deixar a guerra para trás.
O maior conflito terrestre da Europa desde a Segunda Guerra Mundial custou dezenas de milhares de vidas em ambos os lados e levou a sanções ocidentais abrangentes à economia russa. De acordo com a Reuters, Putin entende que novos avanços dramáticos exigiriam outra mobilização nacional, que ele não quer, com uma fonte, que conhece o presidente russo, dizendo que sua popularidade caiu após a primeira mobilização em setembro de 2022.
O chamado nacional assustou parte da população na Rússia, levando centenas de milhares de homens em idade de recrutamento a deixar o país. Pesquisas mostraram que a popularidade de Putin caiu alguns pontos.
A perspectiva de um cessar-fogo, ou mesmo de negociações de paz, atualmente parece remota. Zelensky tem repetidamente dito que a paz nos termos de Putin é inviável. Ele prometeu retomar os territórios perdidos, incluindo a Crimeia, que a Rússia anexou em 2014.
Ele assinou um decreto em 2022 que declarou formalmente qualquer negociação com Putin "impossível". Uma das fontes previu que nenhum acordo poderia acontecer enquanto Zelensky estivesse no poder, a menos que a Rússia o contornasse e fizesse um acordo com Washington. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falando em Kiev na semana passada, disse aos repórteres que não acreditava que Putin estivesse interessado em negociações sérias.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando as forças russas invadiram a Ucrânia após meses de tensões crescentes. O conflito foi precedido por uma série de manobras militares e posicionamentos diplomáticos que indicavam a possibilidade de um confronto. A invasão foi amplamente condenada pela comunidade internacional, resultando em sanções econômicas severas contra a Rússia.
O conflito rapidamente se transformou em uma guerra de desgaste, com ambos os lados sofrendo pesadas baixas. As cidades ucranianas foram submetidas a intensos bombardeios, e milhões de civis foram deslocados. A resistência ucraniana, apoiada por ajuda militar e financeira ocidental, conseguiu impedir os avanços russos em várias frentes, mas a situação permanece volátil.
As sanções econômicas impostas à Rússia afetaram severamente sua economia, mas o governo de Putin manteve uma postura desafiadora, ajustando suas estratégias e continuando a mobilizar recursos para o esforço de guerra. A guerra também destacou a resiliência da população ucraniana e a capacidade do país de mobilizar apoio internacional.
Nos últimos meses, houve tentativas de negociações de paz, mas as condições impostas por ambas as partes tornaram difícil alcançar um acordo. A Rússia insiste em manter o controle dos territórios que anexou, enquanto a Ucrânia exige a restauração completa de sua soberania territorial. As tensões permanecem altas, e a perspectiva de uma resolução pacífica parece distante.