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Putin ameaça usar míssil balístico de capacidade nuclear para bombardear Ucrânia

Presidente russo anunciou que a indústria de defesa já está produzindo novas unidades do oreshnik, arma com capacidade de transportar múltiplas ogivas nucleares

Agência o Globo
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Publicado em 28 de novembro de 2024 às 13h24.

O presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou nesta quinta-feira bombardear "centros de decisão" na Ucrânia com o míssil balístico "oreshnik", armamento com capacidade de transportar ogivas nucleares utilizado pela primeira vez em combate na semana passada. A ameaça de Putin aconteceu após um novo bombardeio massivo contra regiões do país vizinho — o segundo apenas nesta semana — que deixou cerca de 1 milhão de pessoas sem energia.

"O Ministério da Defesa e o Estado-Maior do Exército Russo estão atualmente selecionando alvos para atacar no território da Ucrânia. Esses alvos podem incluir instalações militares, empresas da indústria de defesa ou centros de tomada de decisão em Kiev", afirmou Putin durante uma reunião de cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que inclui países da Ásia Central, em Astana, no Cazaquistão.

O presidente russo anunciou que a indústria de defesa do país já está produzindo novas unidades do oreshnik, uma arma que atinge dez vezes a velocidade do som (Mach 10) e capacidade de transportar múltiplas ogivas nucleares — esta última característica que provocou um alerta entre analistas de que poderia aumentar de fato o risco de um conflito nuclear.

"Ao final do dia, caberá a nós escolher os meios de destruição considerando a natureza dos alvos que foram selecionados para serem eliminados e as ameaças representadas à Federação Russa", acrescentou Putin.

Ao confirmar o uso do míssil balístico de alcance intermediário na semana passada, o líder russo argumentou que a escolha pelo armamento era uma resposta às autorizações de EUA e Reino Unido para que Kiev usasse armas de longo alcance em ações profundas contra o território russo. Nesta quinta, após o bombardeio que a Ucrânia denunciou ter mirado sua infraestrutura energética, Putin voltou a mencionar as armas ocidentais, dizendo que a ofensiva era uma resposta à utilização delas em combate — embora ataques no mesmo estilo tenham sido realizados ao longo da guerra.

"Os ataques do nosso lado foram em resposta aos ataques em andamento em território russo com mísseis ATACMS dos EUA. Como eu disse repetidamente, nós sempre responderemos", enfatizou.

Ao todo, as forças russas lançaram 100 mísseis e 466 drones contra o território ucraniano nos últimos dois dias, segundo o balanço divulgado por Putin. A Força Aérea ucraniana afirmou que abateu 79 de 91 mísseis disparado, bem como 35 de 97 drones durante a última madrugada. Não houve registro de mortos, porém mais de uma dezena de alvos foram atingidos — doze, segundo autoridades ucranianas, ou dezessete, na contagem de Putin.

Cerca de 1 milhão de pessoas ficaram sem energia no país — em um momento em que as temperaturas começam a cair no país do Leste Europeu, com a aproximação do inverno — em razão dos bombardeios e de um corte emergencial decretado pelas autoridades enquanto eram feitos reparos e uma avaliação da rede elétrica.

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