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Putin aceita convite de Kim para visitar Coreia do Norte

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado, e busca fortalecer suas alianças com outros países isolados

Putin e Kim: líderes se encontraram nesta semana.  (Agence France-Presse/AFP Photo)

Putin e Kim: líderes se encontraram nesta semana. (Agence France-Presse/AFP Photo)

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Publicado em 14 de setembro de 2023 às 08h06.

O presidente russo, Vladimir Putin, aceitou um convite do líder Kim Jong Un para visitar a Coreia do Norte, informou nesta quinta-feira (14) a agência de notícias estatal KCNA, quando os dois governantes brindaram pela "cooperação e amizade entre nossos países" durante um encontro na Rússia.

Após uma reunião realizada na véspera, "Kim Jong Un convidou Putin para visitar a Coreia do Norte quando for conveniente", divulgou a KCNA.

"Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de avançar com a história e tradição de amizade entre os dois países", acrescentou.

Kim realiza uma visita ao distante oriente russo, no momento em que Moscou procura fortalecer suas alianças com governantes de outros países isolados.

Durante a visita, está previsto que o líder norte-coreano assista a um desfile de navios militares russos, indicou Putin, para "demonstrar as capacidades da Frota do Pacífico".

Kim disse nesta quarta-feira a Putin que está certo de que a Rússia vai alcançar "uma grande vitória" contra seus inimigos, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia alertaram para um possível acordo armamentista entre Rússia e Coreia do Norte.

"Depois das extensas conversas houve um tête-à-tête", segundo a KCNA, e Kim escreveu no livro de visitas: "A glória da Rússia, que produziu os primeiros conquistadores do espaço, será imortal."

A Rússia tornou-se um pária para o Ocidente após invadir a Ucrânia no ano passado, e busca fortalecer suas alianças com outros países isolados.

Compra de armas

Putin exaltou o "fortalecimento da cooperação e amizade" entre os dois países ao receber Kim no cosmódromo de Vostochny, no distante oriente russo, e disse aos jornalistas que vê "possibilidades" na cooperação militar com a Coreia do Norte.

Também anunciou que Moscou ajudará Pyongyang a construir satélites.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, manifestou sua inquietação diante de uma eventual cooperação no âmbito dos satélites, o que "suporia uma violação de várias resoluções da ONU".

Autoridades americanas e especialistas assinalaram que a Rússia tem interesse em adquirir munições norte-coreanas para a guerra na Ucrânia.

Durante a visita de Kim à Rússia, Pyongyang disparou nesta quarta dois mísseis balísticos, indicaram as forças armadas sul-coreanas, o último de uma série de testes que violam as sanções internacionais.

Ao brindarem durante um jantar oficial após as conversas, Kim disse a Putin: "Estamos convencidos de que o Exército russo e o povo russo vão obter uma grande vitória na luta justa para punir os grupos malignos que buscam hegemonia, expansão e ambição".

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