Agência de Notícias
Publicado em 23 de junho de 2025 às 16h25.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, discutiu nesta segunda-feira com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, uma solução pacífica para o conflito causado pelo bombardeio da república islâmica por parte de Estados Unidos e Israel.
"A reunião discutiu várias questões, especialmente no contexto das possíveis perspectivas de uma solução pacífica. A esse respeito, as partes do conflito têm posições completamente diferentes", comentou o porta-voz da presidência, Dmitry Peskov, aos repórteres.
Peskov, que em entrevista coletiva lembrou que Moscou condenou os atentados, enfatizou que "no momento a situação está muito tensa".
Enquanto isso, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, não quis revelar se Teerã solicitou ajuda militar de Moscou nessta segunda-feira, dizendo que a cooperação bilateral é multilateral e que "a parceria estratégica é inquebrável".
Ryabkov pediu que "seja dada uma chance à diplomacia", embora tenha questionado se essa possibilidade ainda existe entre o Irã e os Estados Unidos, quando Washington está tentando falar com Teerã com "linguagem de ultimato".
"Essa linguagem não é aceita em Teerã e em outras capitais. É por isso que as ações de escalada precisam parar e é necessária uma mudança de retórica. Então, surgirão grandes oportunidades para algum tipo de consenso político", analisou.
O vice-ministro também defendeu o direito do Irã à "autodefesa" como "legítimo" e culpou a situação atual pelas "políticas irresponsáveis de Israel e dos EUA" e "suas tentativas de aplicar métodos hegemônicos a um estado soberano".
No início da reunião com o chefe da diplomacia iraniana, Putin chamou os ataques perpetrados por israelenses e americanos de "agressão injustificada".
Putin, que enviou seus "melhores votos" ao líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e ao presidente do país islâmico, Masoud Pezeshkian, enfatizou que a Rússia "está se esforçando para ajudar o povo iraniano".
Araqchi agradeceu a Putin por "condenar veementemente as ações agressivas" de Israel e dos EUA, que, segundo ele, "são absolutamente ilegítimas e violam as regras e normas internacionais".
Em declarações à imprensa iraniana, o ministro disse primeiro que Moscou e Teerã deveriam coordenar suas posições, pois têm "inimigos comuns", e depois que a reunião foi "muito boa" e que os acontecimentos recentes foram discutidos em detalhes.
Na semana passada, Putin descartou o envolvimento militar russo no conflito, argumentando que o acordo de parceria estratégica assinado em janeiro não prevê tal opção, enquanto Peskov disse que "tudo depende do que o Irã precisa agora".