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Pussy Riot confirma pretensão de iniciar carreira política

Uma das ativistas do grupo falou sobre as possibilidades do Pussy Riot sobre as possibilidades do grupo punk dar início a uma carreira política


	Nadezhda Tolokonnikova, membro da banda Pussy Riot, atrás das grades: ação faria parte da campanha iniciada contra a política do presidente Vladimir Putin
 (Maksim Blinov/AFP)

Nadezhda Tolokonnikova, membro da banda Pussy Riot, atrás das grades: ação faria parte da campanha iniciada contra a política do presidente Vladimir Putin (Maksim Blinov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 12h04.

Berlim - A ativista Nadezhda Tolokonnikova, uma das integrantes do Pussy Riot, falou nesta segunda-feira em Berlim sobre as possibilidades do grupo punk dar início a uma carreira política na Rússia, uma ação que faria parte da campanha iniciada contra a política repressora do presidente Vladimir Putin depois das mesmas terem deixado a prisão.

Em uma entrevista coletiva, por conta da exibição de um documentário sobre seu encarceramento dentro do ciclo "Cinema Para Paz", Nadezhda considerou que elas deveriam "tentar" se apresentar às eleições municipais de Moscou, já que, segundo ela, suas reivindicações poderiam ter um maior eco no país.

Desde que saíram de prisão, graças a uma anistia emitida poucos meses antes do cumprimento da pena de dois anos por um delito de "vandalismo motivado por ódio religioso", Nadezhda e sua companheira Maria Aliojina promovem vários projetos para defender os direitos dos presos na Rússia.

Além disso, ambas também fazem parte de uma campanha internacional para denunciar a situação política na Rússia e para conhecer a situação das prisões em outros países.

"Há outras pessoas, presos políticos, na prisão na Rússia condenadas a 5 ou 10 anos pelo mesmo que nós", assegurou Nadezhda, que lembrou especialmente dos manifestantes anônimos que se encontram presos desde os protestos maciços que seguiram as últimas eleições gerais.

Esses presos, segundo a ativista, não se beneficiaram da anistia decretada por Putin no último mês de dezembro, uma decisão que Nadezhda considerou como uma tática do presidente russo para "melhorar sua imagem".

Maria Aliojina, por sua vez, ressaltou que "não é certo" que os opositores presos agrediram as forças de defesa, como também é falso que elas instigaram o "ódio religioso" ao realizar um protesto na catedral de Cristo Salvador de Moscou.

Apesar da libertação, as duas integrantes do Pussy Riot asseguraram em Berlim que o governo russo ainda exerce pressão sobre elas, tendo em vista que suas iniciativas foram barradas em seus primeiros passos.

Muitos de seus colaboradores foram interrogados pela Polícia, enquanto o governo rejeitou o registro de um de seus programas, o qual pretenderia melhorar as condições nas prisões do país.

As ativistas também criticaram abertamente a lei russa que proíbe a chamada "propaganda homossexual", apontando recentes casos de repressão policial e enfatizando que a legislação não só deixa de proteger esses coletivos, mas também "fomenta o ódio".

"Esta lei impede as pessoas de serem abertas, serem sinceras e, no fundo, serem felizes", completou Maria.

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