O ex-líder catalão vai para a Bélgica no próximo sábado (Tariq Mikkel Khan/Scanpix Denmark/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de julho de 2018 às 10h43.
Berlim - O ex-presidente da Catalunha e um dos líderes do movimento independentista desta região autônoma da Espanha, Carles Puigdemont, afirmou nesta quarta-feira em Berlim, na Alemanha, que voltará à Bélgica no próximo fim de semana e que, de lá, tem "vontade de continuar o mandato do povo" e prosseguir com a sua atividade política.
Puigdemont fez essas declarações em entrevista coletiva na capital da Alemanha junto com sua equipe de advogados depois de ganhar a liberdade no país após a retirada da ordem de extradição espanhola pelos supostos crimes de desvio de recursos e rebelião.
"Sempre tivemos disposição para o diálogo, mas é preciso discutir logo o essencial, a relação entre Espanha e Catalunha", afirmou Puigdemont.
O político detalhou que deixará a Alemanha com destino à Bélgica no próximo sábado pela manhã, acompanhado de sua família, e que os últimos quatro meses em solo alemão "marcaram" sua vida.
O líder independentista louvou o fato de que no novo governo espanhol, que é presidido pelo socialista Pedro Sánchez, ocorreu uma "mudança de estilo, de clima e de linguagem", e mencionou que a reunião entre o chefe do Executivo espanhol e o atual presidente catalão, Quim Torra, aconteceu de "maneira respeitosa".
"Mas agora é hora de passar dos gestos para a ação", acrescentou Puigdemont, que garantiu: "sempre demonstramos disposição ao diálogo, e a teremos sempre, mas é preciso tratar do essencial", e defendeu que se respeite "a vontade de que cabe ao povo decidir sobre seu futuro e seu destino".
Além disso, o ex-presidente catalão qualificou de "fake news" (notícias falsas) todas as informações que indicavam o apoio da Rússia ao movimento independentista, e ressaltou que não há "evidências" sobre isso.
"Foram publicadas muitas 'fake news' sobre a vinculação entre Rússia e Catalunha. Mas não há nenhuma evidência de que isso seja assim. Acredito que os 'bots' (robôs) da internet são os responsáveis", argumentou Puigdemont.