Kassab tem que garantir, desde já, sua sobrevivência política em 2014 com as alianças que fizer em São Paulo. Alguns cogitam uma aliança com o PT (Prefeitura de SP/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 16h00.
São Paulo - Independentemente das negociações em torno da candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, PT e PSD avançam a passos largos em direção a uma convergência política que pode colocar os dois partidos no mesmo palanque em 2014.
Embora os tucanos apelem para que o partido do prefeito Gilberto Kassab considere seu histórico de aliança com a legenda, PT e PSD aceleram o diálogo de aproximação não só nos municípios do interior do Estado, como estão próximos de fechar um acordo amplo na Grande São Paulo e no litoral paulista. "Se quisermos apresentar um projeto com condições de vitória (em 2014), nós temos de ampliar o campo político no Estado", afirmou o presidente do diretório estadual do PT, deputado estadual Edinho Silva.
As conversas para uma aliança com o PSD acontecem de forma adiantada nas cidades do ABC paulista, mais precisamente em São Bernardo do Campo, Diadema, Mauá e Santo André. No caso de São Bernardo do Campo, berço político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PSD vai apoiar a reeleição de Luiz Marinho, um dos entusiastas da criação da nova sigla na região. A parceria PT-PSD tem tudo para se concretizar também em Guarulhos e Carapicuíba, na Grande São Paulo. No litoral, petistas e pessedistas mantêm o diálogo em todas as cidades, mas um acordo deve acontecer primeiro em Praia Grande e São Vicente. "Política é a arte de aglutinar forças para que você possa ter um projeto político. O projeto se fortalece quando se aglutinam forças", argumenta Edinho.
O partido de Kassab é peça fundamental no projeto do PT de tentar por fim, em 2014, à hegemonia de 20 anos do PSDB no Estado. Na visão de dirigentes petistas, PSDB e DEM se enraizaram em São Paulo, por isso é preciso ir além das alianças tradicionais para vencê-los. "Com campo político restrito, é muito difícil ganhar", avaliou o dirigente. De olho neste potencial parceiro, Edinho conta que hoje a linha direta com Kassab é permanente.
Para Edinho, a visão tucana de que o PSD tem mais identidade com esse partido, mencionada ontem (31) pelo presidente municipal do PSDB, Júlio Semeghini, não condiz com a realidade, uma vez que o PSD nasceu descolado do bloco de oposição ao governo Dilma Rousseff. "O PSD já é aliado do PT em diversos Estados porque não se sente contemplado pelo PSDB. Ele busca um projeto político que tenha autonomia, identidade própria. Essa é a nossa leitura", avaliou.
O presidente do diretório estadual do PT ressalta que a aproximação com o PSD no Estado "é nítida" e que hoje as duas legendas passam por um período de criação de um campo político conjunto. "Nas principais cidades de São Paulo, a construção política é entre PT e PSD. Isso é real", frisou. No entanto, Edinho pondera que a aproximação com o PSD é recente e precisa se consolidar nos próximos anos. "Para a aliança se concretizar em 2014, PT e PSD devem construir pontes que unifiquem nossas ações."