Mundo

Próximo líder do EI pode ser ex-autoridade da era Saddam Hussein

O Ministério da Defesa da Rússia informou na semana passada que Baghdadi pode ter sido morto em um ataque aéreo na Síria

Saddam Hussein: os dois principais nomes para o comando do EI eram ex-autoridades militares sob o falecido ditador Saddam Hussein (foto/Getty Images)

Saddam Hussein: os dois principais nomes para o comando do EI eram ex-autoridades militares sob o falecido ditador Saddam Hussein (foto/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 23 de junho de 2017 às 17h46.

Bagdá - Caso o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, tenha sua morte confirmada, ele deve ser sucedido por um de seus dois principais auxiliares, ambos ex-autoridades militares iraquianas sob o falecido ditador Saddam Hussein.

Especialistas sobre grupos islâmicos não veem sucessor claro, mas consideram Iyad al-Obaidi e Ayad al-Jumaili os principais concorrentes, embora nenhum deva assumir o título usado por Baghdadi de "califa", ou comandante-geral dos muçulmanos.

O Ministério da Defesa da Rússia informou na semana passada que Baghdadi pode ter sido morto em um ataque aéreo na Síria e a agência de notícias Interfax relatou que um parlamentar sênior russo disse na sexta-feira que a possibilidade dele ter sido morto é próxima a 100 por cento.

Mas grupos armados lutando na região e muitas autoridades regionais estão céticas sobre os relatos.

"Não temos nenhuma evidência concreta sobre ele estar ou não morto", disse o coronel do Exército dos Estados Unidos Ryan Dillon, porta-voz da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico, durante encontro no Pentágono.

Obaidi, que está na faixa dos 50 anos, tem exercido a função de ministro da Guerra. Jumaili, na faixa dos 40 anos, é chefe da agência de segurança do grupo, Amniya. Em abril, a TV estatal iraquiana informou que Jumaili havia sido morto, mas isto não foi confirmado.

Ambos se juntaram à insurgência sunita salafista no Iraque em 2003, após a invasão liderada pelos Estados Unidos.

Eles tem sido os principais assessores de Baghdadi desde que ataques aéreos em 2016 mataram seu então vice Abu Ali al-Anbari, seu ministro da Guerra checheno Abu Omar al-Shishani e seu propagandista-chefe sírio Abu Mohammad al-Adnani.

"Jumaili reconhece Obaidi como seu superior, mas não há sucessor claro e, dependendo das condições, pode ser qualquer um dos dois (a suceder Baghdadi)", disse Hisham al-Hashimi, que aconselha diversos governos do Oriente Médio sobre questões relacionadas ao Estado Islâmico.

Baghdadi se deu o título de califa --chefe civil muçulmano e soberano religioso, considerado o sucessor do profeta Maomé-- em 2014.

Obaidi ou Jumaili não devem se tornar califas porque eles não possuem posição religiosa e o Estado Islâmico perdeu grande parte de seu território.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoTerroristas

Mais de Mundo

Missão da SpaceX foi ao resgate de astronautas presos na ISS

Após morte de Nasrallah, Netanyahu afirma que “trabalho ainda não está concluído”

Bombardeio israelense atinge arredores do aeroporto de Beirute

Morte de Nasrallah é golpe contra Hezbollah, mas impactos são incertos