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Província argentina registra 2.100 casos de dengue

A província de Misiones já registrou 2.100 casos da doença e decretou feriado administrativo


	Mosquito Aedes aegypti: cidade faz fronteira com os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul
 (Arquivo/Agência Brasil)

Mosquito Aedes aegypti: cidade faz fronteira com os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 15h54.

Buenos Aires - A província de Misiones, que faz fronteira com os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e a mais atingida pelo avanço da dengue na Argentina, já registrou 2.100 casos da doença e decretou feriado administrativo nesta segunda-feira para que os funcionários públicos vistoriem e limpem suas casas, a fim de tentar conter a epidemia, informou à Agência Efe o responsável pela Saúde local, Walter Villalba.

"Nós contabilizamos 2.100 casos, mas obviamente esta é uma situação de surto epidêmico e, por isso, a quantidade de casos é dinâmica", disse ele.

Da mesma forma que a província de Formosa, que tem cerca de 100 casos da doença, Misiones declarou estado de emergência. No resto da Argentina, a presença da dengue é isolada.

"O objetivo do governo com o feriado é dar as pessoas que trabalham na administração pública um dia para limpar suas casas, onde há 80% de Desenvolvimento (mosquito) Aedes (aegypti)", detalhou.

Hoje, Villalba percorreu os bairros da capital, Posadas, a cidade mais afetada da província junto Puerto Iguazú, que mensalmente recebe milhares de turistas que visitam as Cataratas, fronteira natural entre Argentina e Brasil.

"Nós, como Estado, asseguramos que estamos trabalhando muito fortemente em todos os espaços público, mas não podemos entrar no domicílio das pessoas. A ideia deste feriado é que contem como um dia, e que o usem para limpar suas casas", afirmou.

Ele destacou que o turismo em Puerto Iguazú é intenso, mas que com o aumento dos casos da doença a procura pode diminuir.

"O ponto geográfico mais escolhido pelos argentinos neste verão foi Iguazú. As Cataratas foram visitadas por mais de 120 mil pessoas. No entanto, nas duas últimas semanas e provavelmente, com a campanha na imprensa nacional sobre a expansão da dengue, a partir de agora esse número deve diminuir. Mas o governo da província não está preocupado com o turismo neste caso. Em algum momento, estas divisas serão recuperadas. Estamos preocupados, agora, com a saúde da nossa população. Vamos dar prioridade à situação da dengue com relação à situação do turismo", disse Villalba.

De acordo com ele, é "muito mais arriscado", por exemplo, passar férias no Brasil do que visitar as Cataratas. Embora em 2004, no verão de 2009/2010 e no inverno de 2013 também tenham ocorrido surtos, o deste ano "foi uma situação precoce com relação à aparição de casos".

"Era algo previsível por conta do El Niño, que trouxe muitas chuvas ao litoral brasileiro", acrescentou.

Ele explicou que para decretar a situação de emergência também levou em conta o grande fluxo de argentinos de férias no Brasil.

Por enquanto, não há casos de zika e de chicungunha na Argentina, mas, segundo Villalba, "não é de se estranhar caso apareçam", especialmente pelo fluxo turístico entre Brasil e Argentina. Dengue, zika e chicungunha são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Perante a expansão destas doenças em todo o continente americano, o Colégio Oficial de Farmacêuticos e Bioquímicos de Buenos Aires alertou hoje sobre a escassez de repelente, por conta da grande procura, o que também fez subir o preço do produto em todo o país. 

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