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Protestos terminam na Bolívia após acordo de governo e índios

Principal reclamação era a construção de uma estrada em território indígena

Indígenas bolivianos em vigília em La Paz na luta pelo fim da construção de estrada (Aizar Raldes/AFP)

Indígenas bolivianos em vigília em La Paz na luta pelo fim da construção de estrada (Aizar Raldes/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2011 às 13h51.

La Paz - O governo da Bolívia e indígenas amazônicos chegaram a um acordo nos 16 pontos de sua plataforma, entre eles a anulação de um projeto viário contra o qual caminharam cerca de 600 km durante 65 dias, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais e dos indígenas.

"Felizmente hoje encontramos pontos de concordância em torno da plataforma de 16 pontos", disse à imprensa o ministro de Comunicação, Iván Canelas, na madrugada desta segunda-feira, pouco depois de ter concluído um diálogo "marcado pela cordialidade" após dois meses de tensões.

As intensas negociações realizadas desde sábado permitiram que "todos os pontos fossem resolvidos, com prazos para que sejam cumpridos", indicou Fernando Vargas, líder dos indígenas que caminharam 600 km durante 65 dias para conquistar seus objetivos.

Agora, os quase 2 mil indígenas que chegaram a La Paz na quarta-feira - cerca de 100 dos quais ainda realizam vigília em frente à casa de Governo - esperam apenas que o Congresso aprove na tarde desta segunda-feira as emendas em uma lei que anula o projeto de construção de uma estrada por uma reserva natural.

A solução para o conflito foi alcançada na sexta-feira depois que o presidente Evo Morales anunciou que nenhuma estrada atravessará a reserva natural do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), no centro da Bolívia, para o qual enviou emendas a uma lei que irá para o Congresso, de maioria governista, nesta segunda-feira.

"Com a aprovação da lei e sua promulgação, podemos colocar um ponto final neste conflito que nos deixou muito preocupados durante os últimos dois meses", manifestou Canelas.

Esta é a segunda vez em menos de um ano que Morales recua diante do protesto de setores sociais. Antes, ele havia promulgado um impopular aumento do preço da gasolina - de mais de 70% - e teve que voltar atrás.

O presidente boliviano acaba de sofrer um revés nas recentes eleições para eleger magistrados, nas quais o voto nulo dominou.

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