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Protestos contra a permanência dos militares no poder continuam no Sudão

Em seu 13º dia consecutivo, as manifestações querem a participação dos civis no poder e a saída dos militares

Sudão: depois de muitas manifestações, o presidente Omar al-Bashir foi retirado do poder pelos militares no dia 11 de abril (Umit Bektas/Reuters)

Sudão: depois de muitas manifestações, o presidente Omar al-Bashir foi retirado do poder pelos militares no dia 11 de abril (Umit Bektas/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de abril de 2019 às 16h43.

Última atualização em 18 de abril de 2019 às 16h48.

Uma semana após os militares do Sudão terem retirado do poder o presidente Omar al-Bashir, continuam sendo realizadas manifestações para a queda de todo o governo, um protesto inédito no país africano que é realizado há quatro meses.

Nesta quinta-feira, milhares de sudaneses se reuniram pelo 13º dia consecutivo em frente ao quartel-general das Forças Armadas situado no centro de Cartum, a capital do país.

Com um maior número de pessoas, a manifestação pediu a participação dos civis no poder e mais "liberdade, paz, justiça".

Bashir, de 75 anos, foi destituído após três décadas à frente do país num golpe de Estado realizado no dia 11 de abril, motivado por uma série de protestos que começaram contra o aumento drástico do preço do pão e que depois passou a questionar o regime.

Desde o dia 6 de abril, milhares de sudaneses acampam em frente ao quartel-general militar, apesar do forte calor que faz durante o dia.

Manifestantes no Sudão exigem governo civil após queda de presidente

Se a princípio exigiam a saída de Bashir, agora querem também dissolução do Conselho Militar de transição que assumiu o poder e a instauração de um poder civil.

O ministro da Defensa de Bashir, o general Awad Ibn Ouf, havia assumido a liderança do Conselho de transição em 11 de abril, mas renunciou ao cargo no dia seguinte, sendo substituído pelo general Abdel Fatah al Burhan, um militar pouco conhecido.

Bashir chegou ao poder com um golpe de Estado em 1989 apoiado pelos muçulmanos e dirigiu o país com mão de ferro, em meio a várias rebeliões.

O ex-presidente encontra-se detido num local não revelado e é alvo de ordens de prisão da Corte Penal Internacional de Haia por genocídio, mas as autoridades atuais se negam a extraditá-lo.

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