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Protestos no Curdistão iraquiano deixam cinco mortos

Este foi o segundo dia consecutivo de manifestações contra a corrupção e a incapacidade do governo de frear a crise econômica e social

Protestos: "Os confrontos continuaram com as forças de segurança, que abriram fogo, deixando cinco mortos e ao menos 70 feridos" (Divulgação/Reuters)

Protestos: "Os confrontos continuaram com as forças de segurança, que abriram fogo, deixando cinco mortos e ao menos 70 feridos" (Divulgação/Reuters)

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AFP

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 18h28.

Cinco manifestantes morreram e dezenas ficaram feridos por tiros nesta terça-feira (19) em uma localidade no norte de Suleimânia, na região autônoma do Curdistão iraquiano.

Este foi o segundo dia consecutivo de manifestações contra a corrupção e a incapacidade do governo regional de frear a crise econômica e social.

"Os manifestantes incendiaram as sedes da União Patriótica do Curdistão (UPK) e do Partido Democrático do Curdistão (PDK) em Raparin", a 130 quilômetros ao norte de Suleimânia, afirmou à imprensa Taha Mohammad, porta-voz do Departamento local de Saúde.

"Os confrontos continuaram com as forças de segurança, que abriram fogo, deixando cinco mortos e ao menos 70 feridos", acrescentou.

O incidente ocorreu após nesta terça-feira pela manhã voltarem a ocorrer protestos no Curdistão iraquiano contra a corrupção e para exigir a renúncia do governo regional, um dia depois de violentas ações.

Na própria cidade de Suleimânia, as forças de segurança atiraram para o alto quando os manifestantes se dirigiram para a praça de Serail, constatou um correspondente da AFP.

"Esta manhã, as forças de segurança cercaram os manifestantes que se concentraram no centro de Suleimânia e depois atiraram para o alto para dispersá-los", contou à AFP Nazar Mohammad, ativista e organizador dos protestos.

Essas forças de segurança colocaram cordões de isolamento nas vias principais e perto das sedes dos partidos políticos.

Também ocorreram protestos em Rania e Kifri, na província de Suleimânia, assim como em Halabja e Koysinjaq, na de Erbil.

Em Koysinjaq, os manifestantes incendiaram o gabinete do prefeito e a sede do Partido Democrático do Curdistão (PDK, de Massoud Barzani), segundo testemunhas.

Em Kifri, centenas de manifestantes tomaram o controle da sede do mesmo partido depois de jogar pedras contra o imóvel.

"São uns incapazes. Incapazes de defender as regiões em disputa e incapazes de administrar a região do Curdistão", declarou um dos manifestantes.

Em Halabja, centenas de pessoas foram até a sede do partido da União Patriótica do Curdistão (UPK, fundado por Jalal Talabani) e enfrentaram os membros das forças de segurança.

Exasperados pela piora da situação econômica depois do referendo de independência de 25 de setembro, iniciado pelo ex-presidente regional Massoud Barzani, os manifestantes incendiaram na segunda-feira os escritórios do PDK, UPK, do partido Goran, da União Islâmica e do Grupo Islâmico em Piramagrun, a 30 quilômetros de Solimania.

Massoud Barzani organizou este referendo sobre a independência do Curdistão iraquiano apesar da firme oposição do poder central.

O "sim" à independência ganhou com folga, mas Bagdá não reconheceu o referendo nem seu resultado.

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