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Protestos na Faixa de Gaza deixam ao menos 52 mortos e 2,4 mil feridos

Segundo o Ministério da Saúde palestino, 918 dos 2.410 feridos foram atingidos por munição real durante os protestos em Gaza

Gaza: 30 feridos estão em estado de extrema gravidade e outros 71 em estado grave (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Gaza: 30 feridos estão em estado de extrema gravidade e outros 71 em estado grave (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de maio de 2018 às 14h36.

Última atualização em 14 de maio de 2018 às 14h51.

Cidade de Gaza - O número de mortos por disparos do exército de Israel nos protestos de palestinos em Gaza contra a mudança da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém subiu para 52, segundo dados do Ministério da Saúde palestino, que estimou o número de feridos em 2.410, entre eles 200 menores de idade.

Pelo menos 30 feridos estão em estado de extrema gravidade e outros 71 em estado grave, enquanto cerca de 800 apresentam lesões de gravidade média e outros mil sofreram ferimentos leves.

Do total de feridos, mais de 918 foram atingidos por munição real, cinco receberam tiros de balas borracha, 98 sofreram ferimentos de estilhaços, 196 apresentam sinais de pancadas e contusões e mais de 700 foram atendidos por asfixia causada por inalação de gás lacrimogêneo.

O ministério palestino também denunciou que houve disparos contra jornalistas e profissionais de saúde, que resultaram na morte de um paramédico e em ferimentos em outros dois.

Os protestos, convocados por todas as facções palestinas dentro do movimento da Marcha do Retorno, coincidem hoje com a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém e espera-se que continuem amanhã, dia em que os palestinos lembram a 'Nakba' (catástrofe, em tradução do árabe) que para eles representou o surgimento de Israel há 70 anos.

As autoridades de saúde palestinas pediram ao Egito que enviem remédios e material médico de emergência aos hospitais da Faixa de Gaza, assim como equipamentos médicos especializados em cirurgia vascular, ortopédica, anestesia e terapia intensiva, e também solicitaram autorização para a saída de feridos para sejam atendidos em centros especializados no Egito.

Segundo o exército israelense, mais de 40 mil pessoas participaram hoje nos protestos perto da fronteira e centenas deles tentaram ultrapassar a cerca divisória.

O Ministério da Saúde palestino acusou Israel de cometer "um massacre" contra os manifestantes e o ministro Jawad Awad fez uma "convocação urgente" à comunidade internacional para que pressione Israel para deter a violência.

Por outro lado, a polícia israelense deteve pelo menos 14 pessoas em uma manifestação realizada a poucos metros da nova sede diplomática americana, depois de reprimi-las com o uso da força e confiscar as bandeiras palestinas que eles carregavam.

"Os manifestantes não se ativeram aos termos estipulados com a polícia. Gritaram 'Allahu Akbar' (Alá é grande, em árabe) e a polícia apreendeu as bandeiras e deteve 14 manifestantes", informou o porta-voz policial, Micky Rosenfeld.

A partir das 16 horas locais de hoje (10h em Brasília), centenas de pessoas se aproximaram das imediações da nova embaixada, uma minoria para apoiar a mudança de Tel Aviv, e a maioria para rejeitar o que consideram a consolidação da "ocupação da Palestina".

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