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Protestos na Colômbia bloqueiam dezenas de rodovias

Segundo líderes, manifestação tem como objetivo “rejeitar as políticas neoliberais adotadas pelo governo"

Estudante lança uma bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com a polícia após protestos em Bogotá, na Colômbia (Jose Miguel Gomez/Reuters)

Estudante lança uma bomba de gás lacrimogêneo durante confronto com a polícia após protestos em Bogotá, na Colômbia (Jose Miguel Gomez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 23h43.

Bogotá - O quarto dia do protesto nacional agrário na Colômbia terminou sem acordo entre os representantes do governo e os líderes da manifestação, que bloqueia ao menos 30 rodovias de 11 departamentos colombianos. Autoridades e manifestantes trocam acusações sobre atos violentos. O movimento acusa o Estado de repressão violenta aos protestos e os ativistas são acusados de bloqueios indevidos e atos de vandalismo.

Os ministros do Interior, Fernando Carrillo, e da Agricultura, Francisco Estupiñán, que participaram hoje (22) da reunião com líderes do movimento de protesto, informaram que não dialogarão sobre as reivindicações, enquanto houver bloqueios indevidos de manifestantes.

Hoje (22) algumas universidades em Bogotá aderiram às manifestações em apoio aos camponeses que pedem melhores condições no campo. Houve confrontos com a polícia e depredações.

Os departamentos Nariño e Boyacá são os mais afetados pelos bloqueios. Boa parte dos alimentos que chegam à capital colombiana é proveniente de Boyacá. O desabastecimento de alimentos, remédios e combustível já é sentido em algumas regiões e em áreas de Bogotá. Os caminhoneiros também fazem parte da mobilização, assim como mineiros, cafeicultores, arrozeiros e indígenas.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia informou que registra dificuldades de deslocamento e atendimentos de missões médicas. Entre segunda-feira (19) e ontem (21), foram registrados 12 casos de ameaças ou bloqueio a passagem de veículos da entidade.

“A Cruz Vermelha Colombiana tem estado em contato com as autoridades e os líderes das mobilizações para difundir o direito de trânsito das ambulâncias e para permitir que os serviços médicos desempenhem suas funções”, informa o comunicado da Cruz Vermelha.

Segundo os líderes do protesto, iniciado na segunda-feira, a manifestação tem como objetivo “rejeitar as políticas neoliberais adotadas pelo governo, bem como privatizações e entrega de recursos naturais a empresas multinacionais”.

Os pequenos agricultores pedem o direito à propriedade agrícola, melhoria das condições do campo e acesso a melhores serviços de saúde e água potável. Os mineiros e caminhoneiros reivindicam melhoria salarial e redução de custos de transporte.

O desenvolvimento rural faz parte da agenda de negociação pelo fim do conflito armado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Um acordo sobre o tema já foi fechado em Cuba, mas as negociações ainda não resultaram em benefícios para o campo. A execução dos acordos fechados em Cuba será feita após o término dos diálogos.

De acordo, com números oficiais, cerca de 100 manifestantes foram presos e 50 ficaram feridos. Os ativistas, no entanto, dizem o número de prisões e de pessoas feridas é maior que o anunciado pelas autoridades. Líderes do protesto acusam a polícia de agir com violência “excessiva e indiscriminada” para conter as manifestações.

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