Macri: as altas no preço do gás natural atingiram até 3.000% nas províncias da Patagônia (sul) (Jorge Adorno / Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2016 às 17h01.
O governo argentino limitou os aumentos das tarifas de gás, nesta sexta-feira, e fixou tetos de ajuste de 500% - informou o Ministério da Energia, reagindo a uma onda de protestos sociais e dos governadores.
As altas no preço do gás natural atingiram até 3.000% nas províncias da Patagônia (sul). Nessa região, nas últimas semanas, milhares de pessoas marcharam pelas ruas, enquanto outras conseguiram sentenças judiciais para conter as altas.
Um caso emblemático foi o da associação civil Cre-arte, instituição cultural para pessoas com deficiência, cuja conta subiu do equivalente a cerca de US$ 16,5 para US$ 550.
Em Neuquén, na fábrica de cerâmicas recuperada Ex Zanon, a tarifa subiu de US$ 112 mil para US$ 550 mil.
Outras sentenças de juízes chegaram a suspender a aplicação dos aumentos em cidades do oeste e do nordeste.
"Assim como estavam, as contas de gás eram impagáveis para qualquer pessoa", reclamou o governador de Río Negro (sul), Alberto Weretilnek.
Na Patagônia, o consumo de gás é vital para sobreviver em temperaturas austrais abaixo de zero no inverno.
"Somos um governo que, quando se engana, corrige", disse, em nota, o ministro do Interior, Rogelio Frigerio.
O limite de 500% de alta valerá para o setor do comércio e da indústria. Para residências, o teto do aumento será de 400%. Milhares de trabalhadores das centrais operárias CTA protestaram na quinta-feira (2), na frente da Casa de Governo, contra as demissões e o "tarifaço".
Em fevereiro, o presidente Mauricio Macri justificou o reajuste de tarifas, alegando que os valores anteriores estavam defasados. Em março, a oposição peronista e as centrais dos trabalhadores começaram a reivindicar um teto para o ajuste.
Em 2016, a previsão de inflação é de cerca de 40% em termos anuais, segundo consultorias privadas.