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Protestos contra vídeo anti-Islã deixam mais mortos

Os fatos mais graves ocorreram em Cartum - capital do Sudão - onde pelo menos três pessoas morreram


	Confrontos entre manifestantes e policiais em frente à embaixada americana em Cartum, no Sudão: mais de 40 ficaram feridas
 (Ashraf Shazly/AFP)

Confrontos entre manifestantes e policiais em frente à embaixada americana em Cartum, no Sudão: mais de 40 ficaram feridas (Ashraf Shazly/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 19h50.

Cairo - Três mortos no Sudão, um no Líbano e dezenas de feridos - entre eles três soldados colombianos das forças de paz da ONU no Egito - é o saldo de mais um dia de protestos nesta sexta-feira em diferentes países do Oriente Médio contra o vídeo que ridiculariza o profeta Maomé, que foi supostamente produzido nos Estados Unidos.

A onda de protestos suscitada nos países de maioria muçulmana por causa do polêmico vídeo, cuja autoria ainda suscita dúvidas, resultou em novas invasões de embaixadas ocidentais e de um quartel da ONU no Egito.

Os fatos mais graves ocorreram em Cartum - capital do Sudão - onde pelo menos três pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas durante os confrontos entre a polícia e os manifestantes.

Algumas pessoas entraram nas embaixadas do Reino Unido e da Alemanha após terem escalado os seus muros, e substituíram as bandeiras nacionais por uma de cor preta com a ''shahada'', a profissão de fé dos muçulmanos e o primeiro dos cinco pilares do Islã.

Posteriormente, a polícia utilizou gás lacrimogêneo contra os manifestantes que tentavam entrar na sede diplomática dos Estados Unidos e pediam o fim das relações com esse país.

No Líbano, onde houve uma morte e vários feridos na cidade de Trípoli, os manifestantes incendiaram um restaurante da rede americana de fast-food KFC, um fato que coincide com a visita do papa Bento XVI ao país.

Os distúrbios fizeram com que o Exército fosse acionado para conter os participantes dos protestos na cidade.

Palavras de ordem voltaram a ser ouvidas hoje na manifestação na Praça Tahrir no Cairo, nas proximidades da embaixada americana, cujos arredores se tornaram um campo de batalha, deixando mais de 250 feridos desde a invasão da sede diplomática, na última terça-feira.


''Não se pode insultar o Islã. Aqui na praça estamos nós muçulmanos defendendo a nossa religião, tanto liberais quanto islamitas'', disse à Agência Efe, Sayed Mahgub, que recomendou que os estrangeiros fiquem longe da praça por conta de possíveis represálias.

A concentração no Egito tinha sido convocada por diferentes grupos, entre eles a Irmandade Muçulmana, que convidaram os egípcios a participar do protesto de maneira pacífica.

No entanto, a situação era tensa em frente à embaixada americana. Nesta manhã, dezenas de jovens atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e começou a construção de um muro para proteger a embaixada.

Os protestos não se limitaram à cidade do Cairo. Uma base militar da Força Internacional da ONU no deserto do Sinai foi atacada por manifestantes, fato que acabou resultando em um tiroteio que causou ferimentos em três soldados colombianos das Forças de Paz.

Na capital do Iêmen, a polícia deu tiros para o alto e lançou água para dispersar os manifestantes em frente à embaixada dos Estados Unidos, que foi invadida na véspera.

Para reforçar a segurança da sede e dos diplomatas americanos na capital Sana, o Pentágono confirmou a chegada de 50 marines (fuzileiros navais).

O governo americano quer evitar a repetição da violência como no último dia 11 de setembro, no início dos protestos, que custou a vida do embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens, no ataque ao consulado americano em Benghazi.

No centro de todas as críticas dos manifestantes está o filme intitulado ''A Inocência dos Muçulmanos'', supostamente produzido nos EUA e sobre cuja autoria ainda existem dúvidas. O vídeo ridiculariza o profeta Maomé, o que os muçulmanos consideram como uma blasfêmia.

Na Jordânia, milhares de pessoas saíram às ruas para exigir que Washington tome medidas contra o citado vídeo, enquanto o governo de Amã solicitou ao YouTube que retire qualquer fragmento do filme por atentar contra a religião islâmica.

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