Protestos: os protestos afetam a circulação de trens em Londres (Henry Nicholls/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2019 às 12h07.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 12h21.
Londres — Dois ativistas ambientais subiram no teto de um trem no distrito financeiro londrino de Canary Wharf, nesta quarta-feira, como parte de um terceiro dia de protestos para que o Reino Unido radicalize suas medidas para reverter as mudanças climáticas.
O grupo Extinction Rebellion intensificou seus protestos nas últimas semanas, bloqueando o Marble Arch, a estação de metrô Oxford Circus e a ponte de Waterloo, além de quebrarem uma porta do prédio da Shell e de chocarem parlamentares com um protesto com manifestantes seminus dentro do Parlamento.
Cerca de 300 pessoas foram presas nesta semana após ativistas bloquearem algumas das principais vias da capital britânica, nas quais muitas acamparam em barracas.
O grupo defende uma desobediência civil não violenta para forçar o governo a reduzir as emissões de carbono e para alertar sobre o que considera ser uma crise climática global que trará fome, enchentes, incêndios e colapso social.
Um homem que vestia terno escuro e uma mulher com jaqueta preta subiram no teto de um trem em uma estação em Canary Wharf, segurando uma faixa com o dizer "Emergência Climática".
Alguns passageiros gritaram para que a dupla descesse enquanto a polícia chegava ao local. Outro ativista se colou a um dos trens.
O "Transport for London" --órgão britânico responsável pelo sistema de transporte na região da Grande Londres-- advertiu que houve pequenos atrasos em uma das ramificações dos serviços "devido a um incidente com passageiros" em Canary Wharf.
A polícia britânica dos transportes informou que um homem foi preso sob suspeita de obstruir a malha ferroviária.
O Extinction Rebellion declarou que medidas diretas são importantes para provocar mudança.
"Como em uma greve trabalhista, a ruptura econômica é a chave para forçar o governo a vir à mesa e negociar nossas demandas", informou o grupo em seu site oficial.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, pediu aos manifestantes que evitassem atacar o sistema público de transporte da cidade.
"É absolutamente crucial que mais pessoas usem o transporte público, assim como caminhar e pedalar, se quisermos enfrentar essa emergência climática", afirmou Khan.
Os protestos custaram mais de 12 milhões de libras para as empresas na região de West End, local famoso por seus teatros e suas lojas, com alguns vendo uma queda de 25 por cento nas vendas e na acessibilidade.
"Essa pressão adicional é profundamente prejudicial à economia e à reputação de Londres", disse Jace Tyrrell, executivo-chefe da New West End Company, que representa empresas na área.
A polícia disse que espera que as manifestações continuem nas próximas semanas e prometeu agir se necessário.