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Protestos contra medidas de Trump se espalham para várias cidades dos EUA nesta quarta

Atos foram convocados em cidades como Los Angeles, Nova York e Las Vegas

Demonstrators march in front of the Federal Building before curfew goes in effect following days of protests in response to federal immigration operations in Los Angeles on June 10, 2025. An overnight curfew went into effect in protest-hit downtown Los Angeles on June 10, with Mayor Karen Bass earlier saying it was to "stop the vandalism, to stop the looting" after several days of unrest.
Manifestantes protestam no centro de Los Angeles, na tarde de terça, 10 (Robyn Beck/AFP)

Demonstrators march in front of the Federal Building before curfew goes in effect following days of protests in response to federal immigration operations in Los Angeles on June 10, 2025. An overnight curfew went into effect in protest-hit downtown Los Angeles on June 10, with Mayor Karen Bass earlier saying it was to "stop the vandalism, to stop the looting" after several days of unrest. Manifestantes protestam no centro de Los Angeles, na tarde de terça, 10 (Robyn Beck/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 11 de junho de 2025 às 14h21.

Última atualização em 11 de junho de 2025 às 15h15.

Os Estados Unidos deverão ter uma noite com protestos em várias cidades nesta quarta-feira, 11, contra a caçada aos imigrantes realizada pelo governo de Donald Trump.

Além de Los Angeles, que se tornou epicentro da onda atual de protestos, há atos marcados para Nova York, Las Vegas, Los Angeles, Nova York, Minneapolis, San Antonio e Seattle.

Os protestos ganharam força no final da semana passada, quando o governo Trump intensificou as ações contra imigrantes irregulares na Califórnia. Em seguida, o presidente determinou o envio da Guarda Nacional para conter os atos, mesmo sem aval do governador da Califórnia, Gavin Newsom.

A chegada dos militares acabou por estimular ainda mais os protestos. Nos EUA, é incomum o uso de militares contra manifestações. A lei americana proíbe amplamente o uso do Exército como força policial, exceto em caso de insurreição.

Após vários carros serem incendiados no fim de semana, Los Angeles adotou um toque de recolher a partir de terça-feira, o que reduziu os atos na noite de terça-feira.

Nesta quarta, é esperada a chegada de mais 700 fuzileiros navais enviados para Los Angeles, o que poderá ampliar a tensão.

Manifestantes com bandeira mexicana protestam em Los Angeles, na noite de terça-feira, 11 (Apu Gomes/AFP)

Os protestos, que começaram na última sexta-feira em resposta ao avanço das operações migratórias em comunidades e locais de trabalho, foram pacíficos em sua maioria, mas houve alguns distúrbios, que resultaram em lojas e veículos vandalizados.

Mais de 100 prisões foram realizadas pelas forças da ordem locais nas últimas 24 horas, a grande maioria por desobediência a ordens de dispersão, segundo a polícia de Los Angeles.

"Há na Califórnia um ataque à paz, à ordem pública e à soberania nacional, realizado por manifestantes que carregam bandeiras estrangeiras com o objetivo de continuar uma invasão estrangeira no nosso país", disse Trump, em discurso às tropas em Fort Bragg, na Carolina do Norte.

"Esta anarquia não continuará. Não permitiremos que agentes federais sejam atacados e não deixaremos que uma cidade americana seja invadida e conquistada por inimigos estrangeiros", declarou Trump na terça-feira.

Confronto entre Newsom e Trump

A Guarda Nacional, uma força de reserva, geralmente atua sob controle dos governadores estaduais e é utilizada com frequência em resposta a desastres naturais. Seus reservistas não eram mobilizados por um presidente contra a vontade de um governador estadual desde 1965, no auge do movimento pelos direitos civis.

Newsom, governador da Califórnia, desafiou o envio de militares federais, feito por Trump e levou o caso para a Justiça, que fará uma audiência na quinta-feira sobre o assunto.

Na terça de noite, ele fez um discurso na TV. "Nossa democracia está sob assalto na frente de nossos olhos. O momento que temíamos chegou", disse.

"Enviar combatentes de guerra às ruas não tem precedentes e ameaça os fundamentos da nossa democracia", denunciou Newsom, considerado um possível candidato à Casa Branca em 2028. "Donald Trump se comporta como um tirano, e não como um presidente".

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também reforçou que não há necessidade de tropas federais. "O levante ocorreu em poucas quadras do centro", ressaltou Bass. "Infelizmente, as imagens dão a impressão de que a cidade inteira está em chamas, o que não é o caso."

No Texas, por outro lado, o governador republicano Greg Abbott requisitou o envio da Guarda Nacional para conter protestos no Estado.

"A Guarda Nacional do Texas será enviada para diversos pontos do estado para garantir a paz e a ordem. Protestar pacificamente é legal. "Agredir uma pessoa ou propriedade é ilegal e resultará em detenção", escreveu Abbott no X. Ele acrescentou que a "Guarda do Texas usará todas as ferramentas e estratégias para ajudar as autoridades a manter a ordem".

A ação de Abbott que gerou críticas do prefeito de San Antonio, Ron Nirenberg, que chamou as medidas de desnecessárias.

Com AFP. 

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