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Protesto por eliminação de subsídio no Sudão deixa 30 mortos

Os manifestantes morreram com ferimentos provocados por arma de fogo, alguns dos quais eram estudantes universitários

Um homem passa por uma estação de petróleo em chamas durante protesto contra corte de em subsídios de combustíveis no Sudão (Kidintakar Radio Station/Storyful/via Reuters TV)

Um homem passa por uma estação de petróleo em chamas durante protesto contra corte de em subsídios de combustíveis no Sudão (Kidintakar Radio Station/Storyful/via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 07h39.

Cartum - Ao menos 30 pessoas morreram em Cartum, a capital do Sudão, desde a última segunda-feira durante os distúrbios desencadeados nos protestos contra a eliminação dos subsídios governamentais aos combustíveis, disse nesta quinta-feira à Agência Efe uma fonte do Ministério da Saúde.

A fonte, que pediu o anonimato, detalhou que os três principais necrotérios da capital receberam 30 corpos de manifestantes que morreram com ferimentos provocados por arma de fogo, alguns dos quais eram estudantes universitários.

O porta-voz do grupo de oposição Coalizão de Forças do Consenso Nacional, Kamal Omar, elevou o número de mortos em todo o país para mais de 60, em entrevista à imprensa na última madrugada.

Omar acusou a polícia de disparar contra os manifestantes e atribuiu ao Executivo a responsabilidade pelo que está ocorrendo, por causa da imposição de medidas de austeridade muito severas.

As mobilizações começaram depois que o presidente sudanês, Omar al Bashir, anunciou no último domingo que seu gabinete vai eliminar os subsídios aos combustíveis para fazer frente ao déficit do Estado.

A coalizão de oposição, que agrupa mais de 20 grupos políticos, apoia as manifestações pacíficas para derrubar o Executivo sudanês, mas rejeita a violência.


Ontem à noite, o ministro da Informação, Ahmed Bilal, reconheceu que houve vítimas entre os manifestantes durante os distúrbios dos últimos dias, sem precisar o número.

Além disso, ressaltou que 26 postos de gasolina foram incendiados na capital, além de dezenas de casas e lojas.

Segundo Bilal, as autoridades viram manifestantes armados na quarta-feira pela tarde no sul de Cartum.

O ministro atribuiu ao grupo rebelde Frente Revolucionária, uma aliança formada em fevereiro de 2012 pelo Movimento Popular de Libertação do Sudão - Setor Norte (MPLS-SN) e três facções armadas da região de Darfur com o objetivo de derrubar o regime de Bashir, as 'ações de sabotagem e os roubos'.

Esta manhã, Cartum amanheceu tranquila em seus três distritos principais. As forças de segurança enviaram reforços aos acessos da cidade e às instalações mais importantes.

O serviço de internet continua cortado, em meio às acusações mútuas de governo e oposição.

As autoridades sustentam que a interrupção de serviço ocorreu porque os manifestantes destruíram instalações de telecomunicações, o que causou o corte da rede.

A oposição acredita que o Executivo está por trás dessa ação para impedir que os ativistas se coordenem através da internet. 

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