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Protesto no México e inscrição de candidata favorita: campanha presidencial esquenta motores

Claudia Sheinbaum, física e ex-prefeita da capital, de 61 anos, registrou sua candidatura no Instituto Nacional Eleitoral (INE)

México: Claudia Sheinbaum oficializa candidatura à presidência (Rodrigo Oropeza/AFP)

México: Claudia Sheinbaum oficializa candidatura à presidência (Rodrigo Oropeza/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 18 de fevereiro de 2024 às 19h28.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2024 às 19h33.

Duas semanas antes do início da campanha presidencial, dezenas de milhares de opositores mexicanos se manifestaram neste domingo, 18, por um "voto livre", enquanto a líder governista Claudia Sheinbaum, favorita nas pesquisas, formalizava sua candidatura.

Vestidos de branco e rosa, os críticos do presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador lotaram o Zócalo, principal praça da Cidade do México, ao lado do Palácio Nacional, a sede do governo. "Nossa democracia não será tocada", dizia uma faixa estendida no palco onde vários líderes discursaram a menos de três meses das eleições de 2 de junho.

Candidatura de favorita

Também neste domingo, Claudia Sheinbaum, física e ex-prefeita da capital, de 61 anos, registrou sua candidatura no Instituto Nacional Eleitoral (INE) acompanhada de centenas de simpatizantes.

"Após 200 anos da República, uma mulher transformadora chegará à presidência. Isso é um símbolo de que estamos deixando para trás o México machista", afirmou a candidata, prometendo não se submeter a "nenhum poder econômico, político ou estrangeiro".

Ela conta com 64% das preferências, de acordo com um consolidado de pesquisas feito pela firma Oraculus, o que fortalece a possibilidade de uma mulher governar o México pela primeira vez, segunda maior economia da América Latina depois do Brasil.

"Ela tem tudo para ganhar. É necessário que uma mulher preparada como ela vença. Elevará o país a uma posição superior em termos econômicos, políticos, administrativos e sociais", disse à AFP Guadalupe Carreño, de 54 anos, no INE.

Em um segundo lugar distante, com 31% de apoio, está a senadora de origem indígena Xóchitl Gálvez, candidata de uma coalizão dos partidos tradicionais PRI, PAN e PRD, que se apresenta com uma proposta de centro-direita.

Reformas questionadas

Embora as leis mexicanas proíbam manifestações a favor de candidatos antes da campanha, que começará em 1º de março, o protesto opositor deste domingo reuniu potenciais eleitores de Gálvez, de 60 anos.

O ato foi promovido por organizações civis que afirmam ter reunido cidadãos em uma centena de localidades do país e algumas no exterior para denunciar a suposta intervenção ilegal de López Obrador na campanha.

"Hoje, no poder, aquele que chegou ao primeiro andar pelo livre desejo dos cidadãos pretende destruir essa escada para que mais ninguém possa transitá-la", declarou Lorenzo Córdova, ex-presidente do INE e principal orador da manifestação.

"As reformas enviadas pelo presidente [ao Congresso] atacam as instituições independentes [...], é necessário vir defendê-las", justificou Jorge Reyes, estudante de 18 anos, em declarações à AFP.

Ele se refere a um pacote de emendas do governo que propõem desde um aumento nas pensões até a eliminação de organismos descentralizados.

López Obrador, cuja popularidade supera os 60%, classificou o protesto como uma "manifestação para defender a corrupção" e questionou se os organizadores realmente se importam com a democracia.

Estratégia insuficiente

Os organizadores alegam que o governo faz propaganda, desvia recursos e usa os beneficiários de seus vastos programas sociais para favorecer Sheinbaum, que neste domingo denunciou a "falsidade e hipocrisia" desses líderes.

"Marcham pela democracia quando em seu momento promoveram fraudes eleitorais ou nunca viram a compra de votos ou esqueceram de respeitar os povos indígenas promovendo a discriminação e o classismo", disse.

Para o analista político Fernando Dworak, a mobilização da oposição foi limitada porque sua única causa concreta é o "antilopezobradorismo", mas não oferece uma proposta clara ou atraente em comparação com a do governo atual.

Dworak acredita que Gálvez precisa mais do que "antilopezobradorismo" para conquistar eleitores que rejeitam a continuidade representada por Sheinbaum, mas que também não querem "o retorno dos partidos tradicionais".

Um terceiro candidato, Jorge Álvarez Máynez, do partido Movimento Cidadão (centro-esquerda), está em terceiro lugar, com 5% das intenções de voto, segundo a Oraculus.

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