Pegida: movimento que tinha liderado grandes concentrações em Dresden diminuiu de tamanho recentemente (Fabrizio Bensch/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 18h21.
Berlim - Apenas dois mil manifestantes, segundo a polícia, participaram nesta segunda-feira do já habitual protesto islamofóbico em Dresden (leste da Alemanha), uma reunião que há um mês chegou a reunir 25 mil pessoas.
Esta concentração diante da Frauenkirche da capital saxã foi a primeira após a renúncia da metade da cúpula do grupo convocante, Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida), e sucede a convocada ontem por uma recente cisão deste movimento islamofóbico, que reuniu apenas 500 pessoas.
A Frauenkirche, uma igreja que veio abaixo durante os bombardeios aliados da Segunda Guerra Mundial quando estava repleta de refugiados, apagou sua iluminação externa durante o protesto, que pela primeira vez foi realizado na praça adjacente.
O pároco da Frauenkirche, Sebastian Feydt, justificou sua decisão dizendo que não vai permitir que a imagem da famosa igreja seja usada por um grupo xenófobo.
Por outro lado, uma performance artística desdobrada na praça nesta manhã, formada por 170 tapetes para a reza muçulmana repartidos em um extenso retângulo, foi retirada pelas autoridades municipais antes do protesto do Pegida.
Além disso, várias contramanifestações congregaram várias centenas de pessoas, também segundo os cálculos da polícia, todas elas pacíficas.
A cisão do Pegida "Democracia direta para a Europa" fracassou ontem em sua primeira convocação na rua, onde reuniu apenas cerca de 500 pessoas.
O Pegida, movimento que tinha liderado grandes concentrações em Dresden nos últimos meses, diminuiu de tamanho recentemente em uma grave crise por causa da divulgação de uma foto do líder, Lutz Bachmann, posando como Adolf Hitler.
Posteriormente, cinco responsáveis do movimento abandonaram a organização, aparentemente por desencontros em torno do papel que o movimento devia seguir desempenhando após a renúncia de Bachmann.
Uma das organizadoras que abandonou o Pegida, Kathrin Oertel, fundou pouco depois o "Democracia direta para a Europa".
Por outro lado, as autoridades da vizinha cidade de Leipzig decidiram ontem não autorizar, por motivos de segurança, a manifestação do movimento Legida, simpatizante de Pegida e considerado mais radical, que tinha previsto organizar amanhã na cidade.
As autoridades disseram que carecem de policiais suficientes para controlar o evento.