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Protesto em Washington lembra Martin Luther King e pede fim do racismo

Marcha nesta sexta marca os 57 anos do discurso "I have a dream" e pede justiça a George Floyd, Jacob Blake e outros negros mortos pela polícia americana

Martin Luther King Jr.: discurso "I have a dream", de 1963, colaborou para a aprovação da Lei dos Direitos Civis, uma reforma na Constituição americana para encerrar leis estaduais de segregação racial no ano seguinte (Domínio público/Reprodução)

Martin Luther King Jr.: discurso "I have a dream", de 1963, colaborou para a aprovação da Lei dos Direitos Civis, uma reforma na Constituição americana para encerrar leis estaduais de segregação racial no ano seguinte (Domínio público/Reprodução)

LB

Leo Branco

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 06h18.

Última atualização em 2 de setembro de 2020 às 08h22.

Num 2020 marcado por protestos contra o racismo nos Estados Unidos, ao menos 50.000 pessoas devem protestar nesta sexta-feira, 28, pelas ruas de Washington, a capital americana, para lembrar o 57º aniversário do discurso "I have a dream" (Eu tenho um sonho, em português), um dos mais célebres do ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr.

Chamada de "Get your knee off our necks" (Tire seu joelho dos nossos pescoços), a marcha desta sexta-feira vai pedir justiça a George Floyd, homem negro morto por asfixia durante uma abordagem policial em Minneapolis, no estado de Minnesota em junho deste ano. O vídeo do sofrimento de Floyd viralizou nas redes sociais e foi o estopim para uma onda de protestos pelo fim do racismo ao redor do mundo - e, inclusive, no Brasil.

Familiares de Floyd e de outros negros que perderam a vida em abordagens policiais devem discursar no evento de hoje, além de lideranças do Partido Democrata e os cantores George Clinton, Tyrese e Ne-Yo.

O evento ocorre numa semana marcada por protestos raciais em Kenosha, cidade em Wisconsin, meio-oeste americano, após Jacob Blake, um homem negro ser alvo de sete tiros disparados pela polícia local no último domingo, 25, por alegada resistência a uma ordem de prisão. Desarmado, Blake foi alvejado em frente aos filhos.

A controvérsia envolvendo o caso de Blake motivou distúrbios as ruas de Kenosha nesta semana. Os protestos atraíram lideranças do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que pede reformas nas polícias americanas para reduzir assassinatos de negros. O caso levou jogadores da NBA a fazer um boicote histórico e não jogar os playoffs nesta semana.

Ao mesmo tempo, a cidade atraiu também militantes de extrema-direita dispostos a acabar com as manifestações. Na terça, um deles, o adolescente branco Kyle Rittenhouse, de 17 anos, disparou várias vezes um rifle AR-15 contra os manifestantes. No episódio, que também correu o mundo ao viralizar nas redes sociais, duas pessoas morreram e uma terceira ficou ferida e segue hospitalizada.

"I have a dream" (Eu tenho um sonho, em português) é o nome dado a um discurso público de 17 minutos feito pelo ativista dos direitos civis Martin Luther King Jr. a mais de 250.000 pessoas em frente ao Lincoln Memorial, um dos cartões postais de Washington, a capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963.

O discurso pregou o fim do racismo e melhores condições de trabalho para negros americanos, tornando-se um dos mais icônicos da história dos Estados Unidos ao impulsionar a agenda dos direitos humanos num país marcado pela desigualdade social entre brancos e negros.

No ano seguinte, o Congresso americano aprovou a Lei dos Direitos Civis, uma reforma na Constituição americana para encerrar leis estaduais de segregação racial. A legislação proibiu, por exemplo, a prática de vedar o acesso de negros a ambientes públicos como hotéis e restaurantes, além de ter ampliado o acesso ao voto.

Luther King Jr. foi assassinado cinco anos mais tarde, em Memphis, no sul dos Estados Unidos, onde participava de marchas por melhores condições de trabalho a empregados afrodescendentes na cidade.

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