Mundo

Protesto contra reforma trabalhista ocupa praça em Paris

Grupo de manifestantes ocuparam pela terceira noite consecutiva a Place de la République de Paris para fazer oposição a polêmica reforma do direito trabalhista


	Bandeira da França: movimento "Nuit debout" ("Noite de pé") pede retirada de projeto de lei sobre o trabalho
 (Streeter Lecka/Getty Images)

Bandeira da França: movimento "Nuit debout" ("Noite de pé") pede retirada de projeto de lei sobre o trabalho (Streeter Lecka/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2016 às 14h38.

Pela terceira noite consecutiva, grupos de manifestantes ocuparam a Place de la République de Paris para fazer oposição a uma polêmica reforma do direito trabalhista, mas foram desalojados pela polícia na madrugada de domingo.

O movimento, chamado "Nuit debout" ("Noite de pé"), teve início com as concentrações da última quinta-feira, convocadas por sindicatos e organizações estudantis para pedir a retirada do projeto de lei sobre o trabalho do governo socialista francês.

Contudo, o movimento - com a hashtag #NuitDebout nas redes sociais - tem outras reivindicações políticas ou sociais.

Numerosos participantes o consideram o nascimento de um fenômeno informal, como os movimentos "Occupy" ou os "Indignados" da Puerta del Sol, realizado em Madri em 2011, para denunciar a austeridade e a corrupção.

Durante a madrugada, a polícia desalojou dezenas de manifestantes que ainda estavam na praça.

"Mais uma vez, a polícia para 'limpar'", tuitou a conta @nuitdebout. "Isto não irá parar nosso movimento", complementou.

A maioria das centenas de manifestantes que haviam ocupado a praça na noite de sábado era constituída por jovens. Alguns estavam ali para protestar contra a lei trabalhista e outros para criticar a atuação do governo em relação à segurança, depois do atentados extremistas na capital do país.

Alguns denunciaram a violência policial durante as manifestações contra a lei trabalhista.

Na praça, haviam barracas e inclusive um palco. Entre as árvores, foram colocadas lonas. Não haviam organizadores, mas comissões de ação, comunicação e intendência criadas apressadamente. Também estava um grupo de voluntários preparando lanches.

"Temos que abandonar a ideia de estruturar um movimento, senão deixa de ser um movimento", gritava com um megafone, na noite de sábado, o manifestante Michel, aplaudido pela multidão sob a chuva.

"Descentralizamos e dissemos tudo na assembleia geral, somos centenas de pessoas que tiveram que trabalhar juntas de um dia para o outro", declarou Cassien, de 24 anos.

Killian, de 20 anos, estudante de produção audiovisual, vinha pela terceira vez à Place de la République. Ele acredita que o "Nuit debout" se transformou em um movimento como o "Occupy" de outros países e sonha com uma revolução.

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasEuropaFrançaMetrópoles globaisPaíses ricosParis (França)

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado