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Protesto contra atentado em Cabul deixa 5 mortos e 10 feridos

A passeata, que tinha o objetivo de pedir justiça para as vítimas, tomou proporções violentas quando os participantes passaram a gritar contra o governo

Protesto: vários grupos menores continuam com seus protestos em pelo menos três pontos da cidade (Omar Sobhani/Reuters)

Protesto: vários grupos menores continuam com seus protestos em pelo menos três pontos da cidade (Omar Sobhani/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de junho de 2017 às 10h51.

Última atualização em 2 de junho de 2017 às 13h21.

Cabul - Pelo menos cinco pessoas morreram e dez ficaram feridas nesta sexta-feira em confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que pediam justiça para os 90 mortos e quase 500 feridos do último atentado em Cabul, distúrbios ocorridos quando alguns participantes tentaram romper o cordão policial.

"Recebemos 15 vítimas do protesto de hoje, cinco delas mortas, das quais quatro já chegaram mortas e uma morreu no hospital", disse à Agência Efe uma trabalhadora do hospital da ONG italiana Emergency em Cabul, situado a centenas de metros do local do protesto.

A fonte detalhou que cinco dos dez feridos permanecem internados e foram submetidos a cirurgias, enquanto os demais foram enviados para casa após receberem primeiros auxílios no centro.

Um dos mortos é filho de um senador do partido Jamiat-e-Islami, liderado pelo atual ministro afegão de Relações Exteriores, Salahuddin Rabbani. A morte ocorreu no hospital por consequência dos ferimentos causados pelas forças de segurança, confirmou no Twitter um politico da legenda, Zubair Masood.

Diferentes grupos de manifestantes saíram hoje de vários pontos da capital para se concentrar na passeata principal, perto do local onde um carro-bomba explodiu na quarta-feira passada, uma área que abriga o Palácio Presidencial e várias embaixadas.

A manifestação, que começou com o objetivo de pedir justiça para as vítimas do atentado, se tornou violenta quando as centenas de participantes passaram a gritar críticas ao governo e alguns tentaram várias vezes romper o cordão policial para aproximarem da sede da presidência.

O incidente causou confrontos entre os manifestantes, que atiravam pedras, e a polícia, que respondeu com tiros ao ar, jatos de água, gás lacrimogêneo e golpes.

A passeata principal no centro da cidade já foi dispersada, mas vários grupos menores continuam com os protestos em pelo menos três pontos.

Um dos participantes, Atiqullah, detalhou que sua intenção era pedir justiça para as vítimas do atentado de quarta-feira passada, mas o ato foi "respondido com balas" por parte das forças de segurança.

O manifestante pediu a demissão do presidente, Ashraf Ghani, e o chefe de Governo, Abdullah Abdullah, aos que qualificou de "incompetentes" e aos que culpou de ser incapaz de "proteger" à população.

Nesta linha, um dos organizadores do ato, Sahel Samim, exigiu que o governo afegão cumpra suas "responsabilidades", garanta a segurança dos cidadãos, e execute Anas Haqqani, líder que foi detido em 2014 e filho do fundador da Rede Haqqani, vinculada aos talibãs.

A principal agência de inteligência afegã, o Diretório Nacional de Segurança (NDS), culpou a rede Haqqani pelo ataque de quarta-feira e afirmou que o atentado foi feito com apoio do órgão de espionagem paquistanês ISI.

No entanto, até o momento nenhum grupo insurgente exigiu a autoria da explosão, um dos atentados mais sangrentos no país desde 2001.

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