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Protegida de Murdoch criou equipe de escutas ilegais

Jornalista britânica protegida do magnata da imprensa Rupert Murdoch foi quem criou equipe que realizou escutas telefônicas ilegais, disse promotoria

Jornalista Rebekah Brooks, ex-editora do News of the World, com seu marido: veredicto é esperado para um prazo de seis meses (Leon Neal/AFP)

Jornalista Rebekah Brooks, ex-editora do News of the World, com seu marido: veredicto é esperado para um prazo de seis meses (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 12h04.

Londres - A jornalista britânica Rebekah Brooks, protegida do magnata da imprensa Rupert Murdoch, foi quem criou a equipe de investigação do semanário News of the World que posteriormente realizou as escutas telefônicas ilegais, disse a promotoria nesta quinta-feira em um julgamento em Londres.

Esta unidade do já extinto semanário, um dos mais representativos da imprensa marrom inglesa, recorreu ao investigador independente Glenn Mulcaire, que admitiu os crimes de escutas ilegais imputados a ele, declarou o promotor Andrew Edis no segundo dia do julgamento por este caso.

Brooks e Andy Coulson, seu sucessor como editor do News of the World, que depois se converteu em porta-voz do primeiro-ministro David Cameron, negam ser parte de uma conspiração para ter acesso ilegalmente às mensagens de voz de pessoas relevantes.

A promotoria argumenta que Brooks, Coulson e o antigo diretor-executivo Stuart Kuttner precisaram saber que celebridades como a modelo Kate Moss ou os atores Sienna Miller e Jude Law eram espionados, já que controlavam o orçamento.

Nesta quinta-feira, Edis disse ao juri que Brooks criou a polêmica unidade de investigação quando se converteu em editora do tablóide de Murdoch, no ano 2000.

Mulcaire, que recebeu 100.000 libras (116.000 euros, 160.000 dólares) por ano do jornal a partir de 2001, admitiu recentemente que grampeou o telefone da estudante Milly Dowler quando ela estava desaparecida.

Embora tenham ocorrido muitas outras escutas, o caso de Dowler, que foi encontrada assassinada, foi o que causou mais indignação, levando Murdoch a fechar o News of the World em julho de 2011, apesar de suas vendas milionárias.

"A questão é, alguém se perguntou alguma vez 'para que estamos pagando esse cara'?", disse Edis ao juri referindo-se a Mulcaire.

"E o que estava fazendo? Bom, sabemos que era um hacker telefônico e que era dos bons", concluiu o promotor.

O julgamento, que começou na segunda-feira, entrou na quarta-feira no cerne da questão ao deixar para trás questões formais, como formação do júri, para começar a julgar oito acusados.

O veredicto é esperado para um prazo de seis meses.

Entre os oito acusados encontram-se sete antigos diretores ou funcionários do News of the World, três deles próximos a Cameron.

O julgamento foi aberto após dois anos de investigações nas quais a polícia realizou uma centena de detenções.

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