Fukushima: usina encontra dificuldades econômicas que a companhia enfrenta desde o acidente (AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2015 às 06h50.
Tóquio - A proprietária da usina nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power (Tepco), está negociando a venda de parte de suas reservas de combustível nuclear para cortar custos, confirmou nesta terça-feira à Agência Efe um porta-voz da empresa.
A Tepco não consumiu urânio desde o início da crise nuclear em Fukushima, causada pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011. Desde então, todos os reatores comerciais do Japão estão parados.
Por causa das dificuldades econômicas que a companhia enfrenta desde o acidente, já que deve fazer frente às despesas para desmantelar Fukushima e pagar indenizações, sem a possibilidade de gerar energia nuclear, a empresa procura agora reduzir os custos de gerenciamento de suas reservas de urânio para corrigir seus balanços.
Por isso, a Tepco se encontra "negociando atualmente (a venda de parte de suas reservas) com seus fornecedores", explicou o porta-voz da companhia.
Apesar de a empresa não ter oferecido detalhes sobre esses contatos, um documento, ao qual a agência de notícias "Kyodo" teve acesso, estabelece que a Tepco pretende reduzir seu volume de reservas para níveis anteriores ao acidente em Fukushima até o final do exercício atual, que termina em março de 2016.
A empresa estimou que a venda de metade da quantidade desejada poderia injetar cerca de 12,3 bilhões de ienes (US$ 102 milhões) em suas receitas, segundo o texto.
Por outro lado, a Tepco espera poder reativar no segundo semestre sua única usina nuclear em condições de operação, a de Kashiwazaki-Kariwa. Caso a central volte a funcionar, a empresa começaria utilizar suas reservas.
No entanto, o processo para conseguir reativar a usina é complexo devido ao rigoroso controle da agência reguladora do país, que é indispensável para que ela volte a operar, e a forte oposição da população local.
No final de março, a Tepco tinha em seu poder um total de 17.570 toneladas de urânio, uma quantidade que permitiria a operação da usina de Kashiwazaki-Kariwa por dez anos. Quando ocorreu o acidente em Fukushima em 2011, a companhia possuía 16.805 toneladas.