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Promotoria pede prisão perpétua para assassino de jornalista em submarino

Foi julgado hoje se o inventor dinamarquês responsável pela morte da jornalista sueca, Kim Wall, será condenado à prisão perpétua

Kim Wall: o promotor do caso afirmou que Madsen torturou a vítima, cortou seu corpo em pedaços e o atirou ao mar (Tom Wall/Reuters)

Kim Wall: o promotor do caso afirmou que Madsen torturou a vítima, cortou seu corpo em pedaços e o atirou ao mar (Tom Wall/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de abril de 2018 às 15h37.

Copenhague - O julgamento do inventor dinamarquês Peter Madsen pela morte da jornalista sueca Kim Wall em seu submarino de fabricação caseira terminou nesta segunda-feira com o pedido de prisão perpétua da promotoria e de uma pena menor por parte da defesa.

O promotor argumentou que Madsen, um herói popular por seus submarinos e foguetes, planejou o crime, que havia motivação sexual e que o inventor torturou a vítima, cortou seu corpo em pedaços e o atirou ao mar.

Por sua vez, a advogada de defesa, Betina Hald Engmark, afirmou que tudo foi um acidente e que só há indícios, mas nenhuma prova contra o réu.

"O tribunal deve ver o caso a partir uma perspectiva ampla e usar o bom senso. Dois saíram para navegar, só um voltou", disse o promotor Jakob Buch-Jepsen, que lembrou que Madsen foi avaliado pelos médicos como alguém perverso e sexualmente perturbado e com traços psicopatas.

Os utensílios levados por Madsen ao submarino, como fitas, correias e chaves de fenda, os vídeos sobre execuções e torturas de mulheres encontrados em seu computador e escutas telefônicas reforçam a imagem do "lado obscuro" do inventor, segundo o promotor.

"Amarro-te e te atravesso com uma lança", dizia uma mensagem recuperada no telefone de uma amiga do inventor, que convidou várias mulheres para dar um passeio no submarino nas semanas prévias ao crime, cometido em 10 de agosto do ano passado.

Kim, que tinha entrado em contato com Madsen meses antes, o chamou nesse dia para marcar uma entrevista, o que, para o promotor, a transforma "em uma vítima casual" dos seus planos de cometer "um crime bestial".

"Madsen tentou cometer o crime perfeito, apagar todas as impressões digitais. O corpo foi maltratado e (a vítima) ficou no mar vários meses depois de morrer", disse Buch-Jepsen para diminuir importância do fato de não ter sido possível estabelecer com certeza a causa da morte, que os legistas acreditam ter sido por estrangulamento ou decapitação.

O promotor justificou seu pedido de prisão perpétua, incomum em um homicídio e para um acusado sem antecedentes criminais, pela motivação sexual e a gravidade dos fatos.

Por sua vez, Betina solicitou uma condenação menor para os crimes que Madsen admite ter cometido - tratamento indecente a cadáver e violação de regras de segurança marítima - ou, caso o inventor seja considerado culpado de homicídio, uma pena de duração determinada.

O tribunal informou que a sentença do caso será anunciada nesta quarta-feira.

 

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