Logística: munições teriam sido enviadas às embaixadas e repassadas (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2021 às 08h58.
A Promotoria argentina abriu um processo nesta sexta-feira (16) contra o ex-presidente Mauricio Macri, denunciado por contrabandear munição para a Bolívia em novembro de 2019, quando o país foi abalado por manifestações pela reeleição de Evo Morales, informaram fontes judiciais.
O promotor Carlos Navas Rial decidiu impulsionar a investigação contra Macri, com base em denúncias dos atuais ministros da Justiça, Martín Soria, e de Segurança, Sabina Frederic.
A acusação também incluiu a ex-ministra da segurança Patricia Bullrich e o ex-ministro da defesa Oscar Aguad no caso.
O chanceler boliviano, Rogelio Mayta, denunciou há uma semana que o governo de centro-direita de Macri (2015-2019) enviou munições e gás lacrimogêneo às forças armadas para reprimir os protestos dos partidários de Morales.
Poucos dias depois, o governo argentino denunciou Macri e vários de seus ministros por contrabando agravado de munições, crime que inclui penas de quatro a doze anos de prisão.
Macri negou as acusações e sustentou que seu governo concedeu asilo na embaixada argentina em La Paz a funcionários do governo de Morales.
"Quero negar categoricamente a veracidade dessas acusações", disse Macri em uma carta pública.
Mas o ministro Frédéric indicou que a munição foi enviada "secretamente" em um avião da Força Aérea argentina que levou 10 policiais à Bolívia para reforçar a segurança da embaixada.
Para o ministro Soria, “o crime consiste em dizer que a munição vai para a embaixada e acaba em poder da aeronáutica boliviana e no posto policial”, segundo afirmou a um grupo de correspondentes estrangeiros.
Um juiz deve decidir em breve se toma uma declaração de investigação dos réus neste caso.