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Promotora do caso Nisman afirma ser cedo falar em suicídio

Viviana Fein não descarta nenhuma hipótese e diz que ainda há muito para ser analisado quanto às circunstâncias da morte do promotor


	Guarda-chuva nas cores da bandeira argentina é segurado por manifestante em protesto em Buenos Aires pelo promotor Alberto Nisman
 (Enrique Marcarian/Reuters)

Guarda-chuva nas cores da bandeira argentina é segurado por manifestante em protesto em Buenos Aires pelo promotor Alberto Nisman (Enrique Marcarian/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 13h46.

Buenos Aires - A promotora encarregada da causa sobre a morte de Alberto Nisman, Viviana Fein, afirmou que não pode assegurar que a cena do falecimento foi preservada e que mais de um mês depois, ainda é "prematuro" descatar qualquer hipótese, informaram nesta quinta-feira os meios de comunicação.

"Com as medidas periciais que tenho pendentes, é prematuro dizer se o mataram, se ele se suicidou ou se induziram essa morte. Tenho provas concretas, mas falta bastante", declarou Fein, em entrevista publicada pelo jornal "La Nación".

Passado mais de um mês da morte de Nisman, Fein disse que não há "nenhuma hipótese concreta" e que a morte do promotor especial da causa Amia é ainda "uma grande dúvida para todos".

"Estou esperando as investigações nos telefones, nos computadores, a análise das imagens das câmaras para saber quem entrou ou não ao Le Parc (o complexo onde vivia Nisman). Hoje não sei quem entrou e saiu", detalhou.

"A investigação dos telefones e dos computadores é muito importante. É preciso saber o que ocorreu nas últimas horas de Nisman. É preciso abrir sua agenda pessoal, cujo conteúdo ninguém conhece ainda", acrescentou.

Além disso, a promotora indicou que não pode "garantir o que ocorreu dentro do departamento" de Nisman antes de sua chegada.

"Desde as 22h30, quando entrou a mãe com o segurança e uma amiga, depois o médico da Swiss Medical, até 1h20, foram três horas que eu não estive no lugar. Não posso assegurar que a cena fora a mesma", especificou.

As declarações da promotora encarregada de investigar a morte em estranhas circunstâncias de Nisman foram divulgadas hoje, em coincidência com a citação de declaração do secretário de Segurança do governo argentino, Sergio Berni, para explicar sua atuação na noite em que o corpo foi encontrado e os detalhes da operação realizada pelas forças de segurança argentinas.

O secretário de Segurança foi alvo de duras críticas por sua presença na cena da morte antes da chegada do juiz de guarda e da promotora.

Nisman, promotor especial da causa do atentado que deixou 85 mortos em 1994, foi achado morto com um tiro na têmpora em seu domicílio de Buenos Aires no mês passado, quatro dias após ter apresentado uma denúncia contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, de que encobria terroristas iranianos responsáveis pelo ataque. 

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