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Promessas para conter aquecimento global são insuficientes

Segundo estudo, Estados Unidos estão fora do rumo até mesmo na promessa fraca de limitar as emissões de gases de efeito estufa


	Grandes emissores China, Estados Unidos, União Europeia e Rússia têm classificações "inadequadas" para os seus planos para ajudar a limitar o aquecimento global

Grandes emissores China, Estados Unidos, União Europeia e Rússia têm classificações "inadequadas" para os seus planos para ajudar a limitar o aquecimento global

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 12h38.

Doha - As políticas das principais nações são insuficientes para limitar o aquecimento global e os Estados Unidos estão fora do rumo até mesmo na promessa fraca de limitar as emissões de gases de efeito estufa, mostrou um estudo científico nesta sexta-feira.

O relatório Climate Action Tracker, divulgado nos bastidores de negociações entre os quase 200 países em Doha sobre a mudança climática, afirmou que um endurecimento das políticas ainda era possível para evitar inundações prejudiciais, ondas de calor e elevação dos mares.

Os grandes emissores China, Estados Unidos, União Europeia e Rússia têm classificações "inadequadas" para os seus planos para ajudar a limitar o aquecimento global a um teto acertado com a ONU de menos de 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, apontou.

Entre os maiores emissores, apenas o Japão e a Coreia do Sul têm políticas formais para os cortes que eram "suficientes". O Brasil tem classificação "média" no estudo, assim como Índia e Indonésia.

Somando-se todos os compromissos nacionais e tendo em conta o aumento das emissões, o mundo estava caminhando para um aquecimento de cerca de 3,3 graus Celsius, segundo o estudo.

"Estamos fora do rumo e os Estados Unidos provavelmente não vão cumprir a sua promessa", disse Niklas Hoehne, do grupo de pesquisa Ecofys, que compila o estudo com o Análises Climáticas e o Instituto Potsdam para Pesquisa do Impacto Climático.


Ele disse à Reuters que os outros principais emissores estavam no caminho para, pelo menos, cumprir as restrições prometidas nas emissões até 2020, como parte dos esforços para evitar uma mudança grave que iria prejudicar a água e os alimentos.

Obama quer cortar emissões

O presidente norte-americano, Barack Obama, pretende reduzir as emissões dos EUA em 17 por cento abaixo dos níveis de 2005, até 2020. O chefe da delegação dos EUA em Doha, Johnathan Pershing, reafirmou a meta e disse que Washington vem fazendo "enormes" esforços.

Mas o Senado dos EUA nunca ratificou a promessa de Obama, feita em 2009. Hoehne afirmou que os Estados Unidos poderiam intensificar a ação reduzindo as emissões de usinas de carvão existentes, dando mais incentivos para energias renováveis ou códigos de construção mais difíceis.

Pershing disse que as emissões dos EUA parecem ter atingido o pico, estimuladas por políticas de energia limpa de Obama. A meta dos EUA está sendo ajudada por uma mudança do carvão para o gás de xisto, menos poluente, e por uma desaceleração econômica.

"Dois graus é viável. É possível, mas temos que começar agora, não esperar até 2020 para agir", disse Bill Hare do Análises Climáticas. "Quanto mais você esperar, mais difícil fica", disse Michiel Schaeffer, também do Análises Climáticas.

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