Sede da Ernst & Young: auditoria é uma das que estão na mira da UE (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2011 às 14h10.
Londres - As quatro mais importantes empresas de auditoria do mundo terão que se dividir e adotar novos nomes sob um projeto de lei da União Europeia de longo prazo para reprimir conflitos de interesse e deficiências evidenciadas pela crise financeira.
"A confiança do investidor em auditorias foi abalada pela crise e eu acredito que mudanças neste segmento são necessárias", afirmou nesta quarta-feira o comissário europeu Michel Barnier.
As quatro auditorias afirmaram que os planos terão impacto sobre os custos e não vão melhorar a qualidade das análises, enquanto concorrentes menores acusaram Barnier de reduzir exigências.
As auditorias foram questionadas porque deram um atestado de boa saúde a muitos bancos que depois de pouco tempo precisaram ser resgatados pelos contribuintes após os desdobramentos da crise financeira.
Barnier afirmou recentemente que aparentes falhas em auditorias nos bancos AngloIrish e Lehman Brothers e em empresas como BAE Systems e Olympus "sugerem fortemente que as auditorias não estão trabalhando como deveriam".
Somente quatro empresas de auditoria - Ernst & Young , Deloitte , KPMG , e PwC - revisam os livros de 85 por cento das principais empresas na maior parte dos países da União Europeia, uma situação que Comissão afirmou que era "em essência, um oligopólio".
Dados do Reino Unido mostram que as margens de lucro das quatro auditorias são 50 por cento mais altas do que as margens das quatro empresas de auditoria mais próximas, disse a comissão.
Sob o plano de Barnier, as quatro principais empresas terão que separar atividades de auditoria baseadas na União Europeia de outras operações, como assessoria tributária e outros serviços, para "evitar todos os riscos de conflito de interesse".