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Projeto em Portugal quer transformar castelos em hotéis

O país tenta tirar do esquecimento e abandono vários de seus edifícios históricos

Castelo de São Jorge, em Portugal: país tenta revitalizar patrimônios (ThinkstockMedioimages/Photodisc)

Castelo de São Jorge, em Portugal: país tenta revitalizar patrimônios (ThinkstockMedioimages/Photodisc)

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EFE

Publicado em 21 de janeiro de 2017 às 17h19.

Última atualização em 21 de janeiro de 2017 às 17h48.

Lisboa - Para tirar do esquecimento e abandono vários de seus edifícios históricos, o governo de Portugal lançou um projeto no qual investidores privados poderão transformar conventos e castelos em hotéis em troca de sua revitalização.

A ideia, batizada como "Revive", é uma iniciativa dos ministérios de Economia, Cultura e Finanças para valorizar parte do patrimônio de Portugal, que desapareceu com o tempo e com séculos de história.

Embora estejam distribuídos por todo o território português (há um imóvel do século XVII no arquipélago dos Açores), a maior parte dos monumentos fica na metade norte do país, onde se sobressaem os mosteiros e conventos, agora possíveis atrativos para o turismo, que já representa cerca de 10% do PIB português.

Coimbra, Vila Nova de Cerveira, Arouca, Amarante, Peniche, Caldas da Rainha, Cascais, Oeiras, Lagos, Portalegre e Évora são algumas das cidades portuguesas que serão beneficiadas pelo projeto de revitalização dos edifícios, alguns dos quais estão atualmente "em estado avançado de degradação", como reconhece o próprio governo.

Na lista aparecem, por exemplo, o castelo de Portalegre, construído no século XIII; o Forte da Ínsua, que abriga em seu interior um convento do século XIV e que foi construído por ordem do rei Juan I de Portugal, e o Convento de Santo António dos Capuchos, do século XVII.

Os investidores privados que apresentarem os melhores projetos para revitalizar os imóveis terão sua concessão por um período que pode variar de 30 a 50 anos.

Para ajudar a realização desses projetos, o Executivo habilitará uma linha de crédito de 150 milhões de euros, e os investidores também poderão captar fundos com a União Europeia (UE).

O que não mudará será a propriedade dos edifícios, que seguirão sendo do Estado português, e as remodelações não serão a critério dos investidores, já que as obras devem ser aprovadas pelas autoridades.

Entre os encarregados de dar sinal verde às reformas está Luís Antonio, arquiteto responsável pelo projeto que será desenvolvido no Convento de São Paulo, inaugurado em 1721 e que, no pleno centro histórico da cidade de Elvas, é o primeiro dos monumentos a ter outorgada sua concessão.

O mais complicado deste projeto, explica Antonio, é "adaptar o edifício a um programa para hotel", que será de quatro estrelas e administrado durante 40 anos pelo Vila Galé, grupo hoteleiro com estabelecimentos em Portugal e no Brasil.

"A ideia é adaptar o edifício o máximo possível ao programa de hotel, de modo que a vivência seja a mais fácil possível", comenta o arquiteto, consciente da dificuldade de encaixar entre estes muros, que abrigaram ordens religiosas agora desaparecidas, as comodidades deste século.

Além dos quartos e o restaurante, elementos básicos da readaptação, o projeto, que terá um investimento de cinco milhões de euros, pretende recuperar a igreja adjacente, que, junto com ofícios eclesiásticos, abrigou um tribunal militar em 1887 e que há alguns meses foi muito afetada por um incêndio.

Os planos, ainda em desenvolvimento, devem ser apresentados à prefeitura de Elvas para sua aprovação e, apesar desta ressalva, seguirão o caminho habitual deste tipo de obras, como ressalta o arquiteto.

"Só depois de aprovado poderão começar a construir", lembrou Antonio, que não dá previsão do início das obras, assim como o programa "Revive", cujos detalhes para possíveis investidores já estão disponíveis em seu site.

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