As obras, orçadas em R$ 100 milhões, são financiadas pelo Banco Mundial, responsável por 70% do valor, e pela prefeitura de Teresina (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2012 às 15h30.
Rio de Janeiro - Famílias que moram em casas em situação de risco e de degradação ambiental, à beira de lagoas e canais, em mais de dez comunidades da zona norte de Teresina (PI), estão sendo removidas para conjuntos habitacionais construídos em um raio máximo de 6 quilômetros. Aquelas que vivem na região, mas contam com habitações que não oferecem risco, estão recebendo melhorias em suas casas, como ligação à rede coletora de esgoto, ampliação de cômodos e construção de muros.
A iniciativa faz parte do Programa Lagoas do Norte, desenvolvido pela prefeitura de Teresina e apresentado hoje (17) como exemplo de projeto de sustentabilidade urbana, durante o Encontro de Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras, que ocorre até amanhã (18) no Rio de Janeiro.
De acordo com o responsável pelo programa, Raimundo Nonato Caminha, a iniciativa é inovadora porque garante intervenções integradas de recuperação ambiental e social. Além das ações para assegurar moradia digna a essa parcela da população, há medidas voltadas à recomposição urbanística, à limpeza e dragagem das lagoas e de seus canais de ligação e ao reflorestamento do entorno.
“As variáveis que determinam a pobreza da região estão sendo atacadas simultaneamente. Estamos fazendo a limpeza e a dragagem das lagoas, restaurando diques para evitar enchentes, conectando 100% das casas à rede de esgoto, além de melhoria viária”, destacou.
Ele acrescentou que a região também vai contar com escolas que oferecem educação integral e projetos de capacitação para profissionais em diversas áreas. Além disso, está sendo construído, ao longo dos canais, o Parque Linear, que deve ser inaugurado em um mês. O local oferecerá área de preservação, de lazer, praça de esportes e espaço para atividades culturais.
“Como havia uma simbiose de pobreza e degradação, com falta de dignidade, as intervenções estão sendo feitas integrando-se o ambiental e o social. Com isso, você quebra de uma vez o ciclo da pobreza”, ressaltou.
Caminha enfatizou que todo o trabalho é acompanhado por uma equipe de assistentes sociais que orientam a população sobre todas as mudanças implementadas.
O projeto começou há um ano e tem previsão de conclusão em 2014. As obras, orçadas em R$ 100 milhões, são financiadas pelo Banco Mundial, responsável por 70% do valor, e pela prefeitura de Teresina.
O Encontro de Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras reúne, além dos representantes da área, técnicos em mudanças climáticas e sustentabilidade. Ao fim do encontro, será elaborada a carta Rio pela Sustentabilidade, com as propostas e metas. O documento será apresentado na cúpula do C40, grupo que reúne os prefeitos das maiores cidades do mundo, no Forte de Copacabana, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho.