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Produção mundial de carros vai superar 80 milhões

Crescimento deste ano continuará a ser puxado pelos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que deverão contribuir com 3,1 milhões de veículos


	Cerca de 80 milhões de carros serão produzidos em 2013
 (Marcelo Camargo/ABr)

Cerca de 80 milhões de carros serão produzidos em 2013 (Marcelo Camargo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2013 às 09h44.

São Paulo - Pela primeira vez, a produção mundial de veículos vai ultrapassar a barreira das 80 milhões de unidades neste ano. Nem mesmo a crise na Europa, que tem levado ao fechamento de várias fábricas e demissões em massa vai atrapalhar o crescimento estimado de 5% em relação a 2012. Será o quarto ano de alta contínua, depois do freio verificado em 2008 e 2009, durante a crise financeira internacional.

O crescimento deste ano continua sendo puxado pelos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que deverão contribuir com 3,1 milhões de veículos no crescimento de 4,1 milhões projetado pela PriceWaterhouseCoopers (PwC). A expectativa é de que a produção global alcance 83 milhões de veículos, ante os 78,9 milhões esperados para 2012 - o volume oficial ainda não foi divulgado.

Embora tenha desacelerado em relação aos seguidos saltos de dois dígitos verificados nos últimos anos, a China segue se consolidando como maior potência automobilística e este ano deve produzir quase 19 milhões de veículos, mais do que todos os países europeus juntos.

Só o país asiático participará com 2,5 milhões no crescimento da produção previsto para 2013. Os Estados Unidos, que também seguem caminho de recuperação nesses últimos quatro anos, devem ampliar a produção local em 400 mil unidades, para algo próximo a 15,8 milhões de veículos, segundo recente relatório divulgado pela PWC.

Fatia brasileira

A contribuição do Brasil será modesta, de apenas 150 mil unidades. Em 2012, o País registrou a primeira baixa na produção após dez anos seguidos de crescimento. Para este ano, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) conta com uma recuperação de 4,5%, para quase 3,5 milhões de unidades. Importante contribuição também virá dos países do sudeste asiático (ver quadro).

Pesquisa feita com executivos do setor automotivo de todo o mundo, divulgada na semana passada pela PwC no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, confirma as expectativas de que o setor conta com um rápido crescimento nos mercados emergentes. China e Brasil (junto com os EUA) aparecem no topo da lista de países em que os presidentes das grandes companhias esperam crescer este ano.

O estudo ouviu mais de 1.330 executivos das principais companhias de vários setores. Entre aqueles ligados à indústria automobilística, 23% apontaram o Brasil e os EUA como os países mais importantes para o crescimento de suas companhias nos próximos 12 meses. O porcentual só é inferior ao dos 32% que citaram a China.


A Índia foi citada por 13% dos pesquisados, e a Rússia e o México por 10%.

Entre os países europeus, o melhor posicionado na pesquisa é a Alemanha, com votos de 14% dos entrevistados. França, Itália, Reino Unido e Espanha foram citados por no máximo 4% dos presidentes globais.

"Se o mercado europeu está fraco, precisamos expandir para outros mercados", já antecipava o presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, durante entrevista no Salão do Automóvel de Detroit (EUA). O evento, aberto ao público no dia 19, será encerrado hoje.

A União Europeia, onde a maioria dos países passa por grave recessão, deverá produzir 200 mil automóveis a menos que no ano passado, com números próximos aos 18,3 milhões de unidades. Outra contribuição negativa para os números globais virá do Japão, com produção prevista de 8,5 milhões de veículos, 500 mil a menos na comparação com 2012, segundo mostra o relatório da PWC.

A forte recuperação das fabricantes japonesas no ano passado, depois dos estragos do tsunami de 2011, será travada pela fraca demanda no mercado interno, pela valorização da moeda local, o iene, e pela estratégia das montadoras de descentralizar parte da produção local, transferindo linhas para outros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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