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Produção de etanol misturado à gasolina deve crescer 28,29%

De acordo com diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o crescimento deve ocorrer com mais destaque nas unidades produtoras da Região Centro-Sul


	Usina de etanol em Minas Gerais: o volume de cana a ser processado, que é dividido entre a produção de açúcar e etanol, deve passar de 532,76 milhões de toneladas para 589,60 milhões neste ciclo.
 (Divulgação)

Usina de etanol em Minas Gerais: o volume de cana a ser processado, que é dividido entre a produção de açúcar e etanol, deve passar de 532,76 milhões de toneladas para 589,60 milhões neste ciclo. (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - A produção de etanol anidro (destinado à mistura com a gasolina) no Centro-Sul do país deve crescer 28,29% na safra 2013/2014 em relação ao período anterior, segundo estimativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

De acordo com diretor técnico da entidade, Antonio Padua Rodrigues, o crescimento está relacionado ao aumento do percentual de etanol na gasolina, que passará de 20% para 25% a partir desta quarta-feira (1º). "Não temos a menor dúvida de que o aumento tem relação com o limite de mistura que foi ampliado", declarou.

Segundo Rodrigues, o crescimento deve ocorrer com mais destaque nas unidades produtoras da Região Centro-Sul, representadas na Unica, devido às condições climáticas do Norte e Nordeste. "A demanda [de anidro] no Brasil deve crescer 2,3 bilhões de litros. Sabemos que a safra do Norte/Nordeste vai ser menor, porque eles estão sofrendo muito com a seca. Por isso, toda essa produção adicional tem que se dar aqui na nossa região", justificou. Em número absolutos, a produção de etanol anidro passará de 8,7 bilhões de litros para 11,2 bilhões.

Em termos gerais do setor, o aumento da moagem de cana-de-açúcar é estimado em 10,67%.

O volume de cana a ser processado, que é dividido entre a produção de açúcar e etanol, deve passar de 532,76 milhões de toneladas para 589,60 milhões neste ciclo. "É uma previsão otimista e parte da premissa de que tudo vai correr bem, que vai ser mantido o aumento da mistura [na gasolina], que serão mantidos os níveis de exportação do ano passado", declarou o diretor técnico.

Os resultados acumulados este ano, até a primeira quinzena de abril, entretanto, mostram um processamento de cana aquém do esperado, com 8,82 milhões de toneladas. O valor é significativamente inferior ao volume de 27,74 milhões de toneladas moídas no mesmo período da safra 2010/2011, quando, a exemplo deste ano, havia grande volume de cana disponível para processamento.

Na avaliação de Rodrigues, isso se deve a um início de safra chuvoso, o que comprometeu a moagem estimada para o final de março e o início de abril, mês que inaugura a safra. "Esperamos números mais positivos no andamento da safra", destacou.


Rodrigues reforçou que os produtores estão prontos para atender à demanda gerada pela medida do governo de incrementar a adição de etanol na gasolina. "Temos fábrica para isto [produção de etanol anidro]. Grande parte deste mercado já está contratado pelas distribuidoras. Os contratos já foram registrados na Agência Nacional do Petróleo [Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)]. Estamos prontos", destacou. Com o aumento da safra, ele informou que não deve haver problema no abastecimento.

O setor sucroenergético deve assumir um perfil mais alcooleiro nesta safra. O percentual de produção de açúcar reduzirá de 49,54%, registrado na safra 2012/2013, para 46,22%. O percentual de etanol, por sua vez, crescerá 3,32 pontos percentuais, passando de 50,46% para 53,78%.

Entre as razões para a produção do biocombustível se tornar mais atrativa, Rodrigues cita "o aumento do preço da gasolina no início do ano, o maior teor de etanol e a recente desoneração do Pis/Cofins [Programa de Integração Social e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social], aliado ao superávit no mercado mundial de açúcar".

De acordo com o diretor técnico, a expectativa do setor é que não haja uma redução nos preços do álcool mesmo com o aumento da oferta. "Essa política pública vem a ajudar o produtor como um todo em termos de renda da atividade. Vamos avaliar com quem efetivamente vai ficar cada parte [produtor, distribuidor, donos de postos de combustível ou consumidores]".

Rodrigues acha difícil a oferta do etanol voltar a uma paridade de 60% a 65% em relação ao preço da gasolina. "É difícil imaginar que vai fugir da paridade dos 70%, que é o limite [para que seja vantajoso o uso do etanol]. Acredito que vai ter um comportamento de preço parecido com isso", apontou.

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