Mundo

Procuradoria-Geral de Israel acusará Netanyahu por corrupção e fraude

Netanyahu será denunciado por fraude, recebimento de propina e rompimento de confiança por supostamente favorecer uma empresa de telefonia

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Amir Cohen/Reuters)

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Amir Cohen/Reuters)

E

EFE

Publicado em 1 de março de 2019 às 12h42.

Jerusalém- A Procuradoria-Geral de Israel anunciou nesta quinta-feira que acusará o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, por recebimento de propina, fraude e corrupção.

A acusação formal só será apresentada depois de uma audiência na qual Netanyahu poderá argumentar contra a análise legal dos procuradores, questionar as provas e apresentar sua versão dos fatos. O processo pode demorar meses ou até um ano.

A acusação mais grave envolve o chamado "Caso 4000". Netanyahu será denunciado por fraude, receber propina e rompimento de confiança por supostamente favorecer a empresa de telefonia Bezeq em troca de uma cobertura favorável a ele no Walla, um dos maiores sites de notícias do país, controlado pelo mesmo grupo empresarial.

As acusações por fraude e ruptura da confiança se repetem nos outros dois indiciamentos que serão feitos pela Procuradoria-Geral dentro dos casos que ficaram conhecidos como "1000" e "2000".

O primeiro deles investiga se Netanyahu e sua família receberam presentes dos empresários Arnon Milchan e James Packer em troca de favores políticos. O segundo apura se o governo tentou fechar acordo com o dono do jornal "Yedioth Ahronoth" para favorecê-lo. Como recompensa, o primeiro-ministro restringiria a circulação do principal rival da publicação, o "Israel Hayom".

A decisão do procurador-geral, Avijai Mandelblit, de acusar Netanyahu pode influenciar os resultados das eleições gerais do próximo dia 9 de abril. No entanto, o indiciamento é resultado de mais de dois anos de investigações contra o primeiro-ministro.

O anúncio ocorreu apesar das tentativas do partido de Netanyahu, o Likud, de impedir que o primeiro-ministro fosse indiciado durante o período eleitoral.

A expectativa é que Netanyahu convoque uma entrevista coletiva para explicar sua versão dos fatos ainda hoje. Anteriormente, o primeiro-ministro disse ser inocente e alegou ser vítima de uma "caça às bruxas" liderada por esquerda, imprensa e polícia.

Segundo pesquisa divulgada hoje pelo "Times of Israel", a decisão anunciada hoje pode ter um forte impacto nas eleições, impedindo o Likud de obter maioria no parlamento.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoIsraelJerusalém

Mais de Mundo

Trump diz que definirá tarifas unilaterais nas próximas duas semanas

Sob Trump, confiança nos EUA cai ao redor do mundo, incluindo no Brasil, revela pesquisa

EUA anuncia retirada de diplomatas do Iraque em meio a tensões com o Irã

Militares dos EUA autorizam saída voluntária de familiares de tropas no Oriente Médio