Ataque em Nice: procurador afirmou que fotos "são um insulto à dignidade das vítimas" (Eric Gaillard/Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de julho de 2017 às 10h48.
Paris - Um procurador público francês pediu a um tribunal nesta quinta-feira que ordene o recolhimento da edição mais recente da revista Paris Match das bancas devido à publicação de fotos explícitas do ataque Dia da Bastilha em Nice um ano atrás, que deixou 86 mortos e centenas de feridos.
A revista disse que as imagens, que mostram um caminhão atropelando uma multidão que assistia aos fogos de artifício em uma avenida à beira-mar, foram retiradas do sistema de vigilância da cidade.
Outras fotos mostram o corpo ensanguentado do agressor tunisiano de 31 anos na boleia do caminhão alugado, uma selfie que o seguidor do Estado Islâmico tirou na tarde do ataque e outras feitas no mesmo local ao longo dos 12 meses anteriores.
O procurador de Paris pediu que a Justiça tome uma decisão emergencial para interromper a venda da edição mais recente, disse uma fonte judicial à Reuters.
As fotos "são um insulto à dignidade das vítimas", disse Eric Morain, advogado de várias associações de vítimas. Elas "criam uma atmosfera mórbida e voyeurística que não tem nada a ver com liberdade de informação", acrescentou, pedindo que as autoridades judiciais retirem a publicação de circulação.
O prefeito de Nice, Christian Estrosi, disse que as imagens são "insuportáveis e desprezíveis".
Em um comunicado publicado na internet, a Paris Match defendeu as imagens dizendo que sua função é informar o público e não permitir que as vítimas sejam esquecidas.